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Acionista da Tesla pede que Elon Musk ajuste estratégia

Craig Trudell e Ed Hammond

11/07/2019 09h34

(Bloomberg) -- Pela terceira vez nos últimos 12 meses, o maior acionista independente da Tesla fez um apelo para que Elon Musk ajuste sua abordagem de comunicação com o mercado.

Musk, um ávido usuário do Twitter, não precisa ser contido nas redes sociais, disse James Anderson, sócio e gestor de portfólio da Baillie Gifford & Co., à Bloomberg Television. Mas o presidente da Tesla poderia encontrar maneiras de aperfeiçoar seu discurso sobre a montadora, o que seria "frutífero", disse Anderson em entrevista durante conferência em Sun Valley, organizada pela Allen & Co., na quarta-feira.

"Em geral, deveríamos tentar não dar muitas metas que podem não ser atingidas, com datas específicas", disse Anderson. "E não acho que súbitas reversões de política sejam desejáveis. Para um grande acionista, espero que não seja pedir muito."

Anderson, cuja empresa possui 13,2 milhões de ações da Tesla, disse que seu comentário sobre estabelecer metas se aplica aos robotáxis. Musk, 48 anos, disse em abril que em meados do ano que vem 1 milhão de Teslas autônomos estarão nas estradas. Semanas depois, Musk disse que a autonomia poderia transformar Tesla em uma empresa com valor de "mercado de meio trilhão de dólares."

Musk, que possui 34,1 milhões de ações da Tesla, anunciou várias reviravoltas estratégicas no ano passado. Dez dias depois de pegar muitos funcionários de surpresa com um plano de fechar um pequeno número de lojas da empresa, Musk voltou atrás. Em um intervalo de menos de três semanas no fim do ano passado, o executivo anunciou planos de fechar o capital da Tesla e, depois, abruptamente abandonou o plano.

Embora as ações da Tesla acumulem queda de 28% este ano até o fechamento da quarta-feira, os papéis mostram melhor desempenho do que o da concorrente chinesa de veículos elétricos NIO, cujas ações listadas em Nova York despencaram 42% desde janeiro. A Baillie Gifford é a principal acionista da empresa com sede em Xangai, com uma participação de 13%, segundo dados compilados pela Bloomberg.

"Acreditamos no processo de tecnologias exponenciais em períodos de 10 anos ou mais", disse Anderson sobre a decisão da Baillie Gifford de investir tanto na NIO quanto na Tesla. "Francamente, é quase inevitável - nada é inevitável, mas quase inevitável - que os veículos elétricos sejam um fator dominante daqui a 10 anos."

Repórteres da matéria original: Craig Trudell em Southfield, ctrudell1@bloomberg.net;Ed Hammond em New York, ehammond12@bloomberg.net