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Compromisso de Powell com expansão dá tom de decisão de juros

Richard Miller e Craig Torres

29/07/2019 13h04

(Bloomberg) -- O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, provavelmente vai começar sua conferência de imprensa após a reunião na quarta-feira da mesma maneira que iniciou todas este ano. O Fed, Powell dirá aos repórteres, tem como maior objetivo "sustentar a expansão econômica".

Por trás dessa missão há uma grande ambição. Powell está efetivamente assumindo uma tarefa que muitos de seus antecessores cautelosos com a inflação evitaram: estender os frutos de uma economia em crescimento àqueles que raramente se beneficiam dela, desde famílias afro-americanas em dificuldades a agricultores brancos de baixa renda.

A melhora do mercado de trabalho "começa a chegar às comunidades à margem da força de trabalho", Powell disse aos parlamentares este mês. "É muito importante continuarmos esse processo por alguns anos."

Isso significa manter a economia crescendo ou, idealmente, um pouco acima de sua velocidade de cruzeiro de cerca de 2% e administrar um mercado de trabalho de alta pressão, mantendo o desemprego em níveis que muitos economistas consideram insustentáveis.

Para ajudar nesse esforço e proteger os EUA dos riscos negativos do exterior, o presidente do Fed e seus colegas do Comitê Federal de Mercado Aberto devem reduzir as taxas de juros em 0,25 ponto percentual após a reunião de terça e quarta-feira. Seria o primeiro corte da taxa em mais de uma década.

"Não me lembro de uma presidência do Fed que tenha sido tão enfática sobre os benefícios desse mercado de trabalho de alta pressão para pessoas que há muito foram deixadas para trás", disse Jared Bernstein, que foi assessor do ex-vice-presidente Joe Biden e agora faz parte do Centro de Orçamento e Prioridades Políticas.

Powell pode se dar ao luxo de estimular a expansão recorde porque a inflação está sob controle e não mostra sinais de decolar, mesmo com o desemprego no nível mais baixo em meio século. De fato, o Fed gostaria de ver algum aumento nas pressões de preços depois de anos com a inflação abaixo da meta de 2%.