Samarco pode retomar licença para produção em setembro
(Bloomberg) -- A Samarco, que não opera desde o colapso da barragem em Mariana em 2015, está perto de recuperar a licença ambiental necessária para iniciar a produção novamente, disse a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais.
"A previsão é que a emissão da licença ocorra no segundo semestre", informou por email o departamento de imprensa do órgão ambiental do estado. Um porta-voz da Samarco preferiu não comentar.
O empreendimento, de propriedade conjunta da Vale e da BHP, já chegou a um acordo com o órgão regulador e pode obter permissão formal para operar em meados de setembro, disseram pessoas a par da situação, que pediram para não serem identificadas porque as conversas são privadas. Isso poderia, por sua vez, permitir que a mineradora começasse a pagar US$ 3,8 bilhões em dívidas inadimplentes.
"O acidente de Brumadinho está tornando muito mais difícil obter licenças de mineração", disse Roger Horn, estrategista sênior de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America, em Nova York, referindo-se ao desastre da barragem da Vale em janeiro. "Pode haver algum otimismo de que a Samarco possa obter a licença no final deste ano para reiniciar em 2020, o que não significa que terá excesso de caixa para pagar dívidas. O maior problema é com que rapidez ela pode crescer."
A Samarco foi assessorada por Lina Pimentel, ex-advogada do Greenpeace e hoje especialista em direito ambiental do escritório de advocacia Mattos Filho. Pimentel, que foi chefe da agência ambiental no estado de São Paulo, começou a trabalhar com a Samarco logo após o acidente de 2015 em Mariana, que matou 19 pessoas.
Ela foi crucial para ajudar a empresa a obter uma licença inicial em dezembro. Mas, os esforços foram adiados em janeiro quando a Vale enfrentou um desastre ainda pior em uma de suas minas em Brumadinho. O colapso da mina matou 248 pessoas e outras 40, que continuam desaparecidas, são consideradas mortas, levando o estado a aprovar nova regulamentação para evitar futuros acidentes.
"Decidimos manter o vínculo depois de nos reunirmos com ela em abril", disse Ian McCall, que supervisiona US$ 190 milhões em ativos de mercados emergentes na First Geneva Capital Partners, referindo-se aos US$ 2,2 bilhões da Samarco em bonds vencidos entre 2022 e 2024. Foi uma surpresa muito agradável conhecê-la, entender seu passado e o trabalho que ela vem fazendo há anos."
Pimentel não quis comentar o caso da Samarco.
Como parte das negociações regulatórias, a mineradora está revisando seu plano de negócios para movimentar 80% de sua produção para a terra seca. O novo plano será apresentado aos acionistas em agosto, enquanto a aprovação regulatória pode ocorrer antes da Expo de Mineração, a maior da América Latina, que acontecerá de 9 a 12 de setembro em Belo Horizonte, disse uma das pessoas.
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