Títulos da Gol surfam na onda do fracasso da Avianca Brasil
(Bloomberg) -- Não há nada como o fracasso de um rival para valorizar os títulos de dívida de uma empresa.
Os títulos da Gol Linhas Aéreas Inteligentes com vencimento em 2025 oferecem retorno de 19% este ano, um dos melhores desempenhos entre empresas no Brasil e quase três vezes a média nacional.
Os títulos dispararam em junho depois que a Oceanair Linhas Aéreas, conhecida como Avianca Brasil, suspendeu as operações após seis meses do pedido de recuperação judicial. As idas e vindas para tentar reestruturar a dívida levaram as três maiores concorrentes, Gol, Latam Airlines e Azul, a uma acirrada disputa, em grande parte pelo controle dos slots da Avianca no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Embora ainda não esteja claro quem ficará com os slots, as companhias aéreas conseguiram subir os preços das passagens e aumentar a taxa de ocupação, apesar da atividade econômica ainda fraca. A Gol, que em 1º de agosto divulgou resultados do segundo trimestre que superaram as estimativas de analistas, está em melhor posição para se beneficiar do fracasso da Avianca Brasil.
A Avianca Brasil "era a mais agressiva entre as quatro maiores companhias aéreas do Brasil e cerca de 98% de seus voos domésticos concorriam diretamente com voos da Gol", escreveram em nota Marcos Schmidt e Marianna Waltz, analistas da Moody's Investors Service.
Em julho, o Goldman Sachs elevou a recomendação para os ADRs da Gol, cuja ação agora é a favorita do banco devido à menor concorrência no mercado doméstico. Em relatório divulgado na segunda-feira, o Bradesco BBI manteve a Gol como uma de suas principais recomendações no setor, e o BB Investimentos confirmou sua classificação outperform, mencionando a melhora do perfil de endividamento da companhia.
Apesar do otimismo da Gol para o resto do ano - a empresa elevou em 1º de agosto seu guidance anual de receita líquida e lucro por ação -, a companhia aérea ainda enfrenta o desafio do 737 Max da Boeing. O plano de renovação da frota da Gol, fundamental para a empresa seguir em frente com suas iniciativas de corte de custos, depende da capacidade da Boeing de conseguir que os jatos Max voltem a operar e de cumprir as entregas.
Esse desafio tem como pano de fundo uma economia que ainda tenta se recuperar do fraco crescimento dos últimos anos.
"Normalmente não pensaríamos no setor aéreo como um indicador econômico importante", disse Roger Horn, estrategista sênior de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America, em Nova York. "Apesar da queda da produção industrial no Brasil, estamos vendo um forte crescimento do tráfego aéreo doméstico."
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