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A simples estratégia que aumenta a fortuna de Bill Gates

Tom Metcalf e Erik Schatzker

17/09/2019 12h40

(Bloomberg) -- Bill Gates ainda está gerando riqueza.

"Não estamos em uma postura defensiva em que a maior parte está em dinheiro ou algo assim", disse o fundador da Microsoft, em entrevista à Bloomberg Television. "A estratégia usada nos investimentos é ter mais de 60% em ações."

A estratégia ajudou Gates a aumentar seu patrimônio líquido em US$ 16 bilhões este ano, elevando sua fortuna para US$ 106 bilhões, atrás apenas de Jeff Bezos no Índice de Bilionários Bloomberg, mesmo com suas doações beneficentes passando de US$ 35 bilhões.

Os ativos em ações respondiam por cerca de US$ 60 bilhões da fortuna de Gates até segunda-feira, segundo dados compilados pela Bloomberg. Em comparação, o portfólio médio de family office na América do Norte detinha cerca de 32% de seus ativos em ações em 2018, de acordo com o relatório global de family office de 2018 da Campden Wealth.

O crescimento, administrado pelo diretor de investimentos do bilionário, Michael Larson, que comanda o family office Cascade Investment, permitiu que Gates construísse a maior fundação privada do mundo sem diminuir sua fortuna.

Mas essa fortuna pode começar a encolher se os políticos atenderem ao seu pedido de impostos mais altos.

"Duvido que os EUA criem um imposto sobre a riqueza, mas eu não seria contra", disse Gates durante a entrevista. "O mais próximo que temos disso é o imposto predial. E tenho sido um grande defensor de que isso deva voltar ao nível de 55% de algumas décadas atrás."

A desigualdade tornou-se uma questão política polêmica: os 0,1% mais ricos dos EUA controlam mais riqueza do que em qualquer outra época desde 1929. Na terça-feira, a Fundação Bill e Melinda Gates divulgou seu relatório anual Goalkeepers. O estudo procura monitorar e ajudar o progresso das Nações Unidas para atingir seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que, segundo a fundação, estão sendo prejudicados pela desigualdade persistente. O relatório pedia um maior investimento em saúde, educação e tecnologia para ajudar a reduzir a desigualdade no mundo.

"Não existe uma bala de prata que faça com que a geografia, o gênero e outros fatores aleatórios parem de ser importantes", observa o relatório. "Mas garantir que todas as crianças tenham acesso a bons sistemas de saúde e educação é um bom começo nessa direção."

Gates, 63 anos, também tem apoiado impostos de renda mais altos sobre os mais ricos dos EUA e fez um apelo por maior transparência. "Defendo mais transparência financeira. Não gosto que você possa ter trusts onde ninguém sabe quem é o dono."

Embora Gates continue otimista em relação aos EUA e à economia global, ele duvida que o desempenho de que desfrutou no passado persista. "Há razões para pensar que retornos absolutos para a próxima década serão menores do que foram nas últimas décadas."

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Tom Metcalf London, tmetcalf7@bloomberg.net;Erik Schatzker em N York, eschatzker@bloomberg.net