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Bancos de investimento ainda mantêm empregos à espera do Brexit

Silla Brush

19/09/2019 07h44

(Bloomberg) -- Faltando pouco mais de seis semanas para o Reino Unido deixar a União Europeia com ou sem acordo, a esperada transferência em massa de postos em bancos de investimento de Londres para outras cidades ainda é discreta, segundo um estudo.

Os bancos transferiram 1.000 postos para outros centros financeiros como Frankfurt e Paris desde o referendo em junho de 2016, de acordo com um relatório da EY. O número contrasta com algumas estimativas que apontavam dezenas ou mesmo centenas de milhares pessoas mudando-se para a União Europeia como resultado do Brexit.

A EY disse que a recente desaceleração da atividade reflete a decisão de adiar o Brexit no fim de março e reflete a confiança do setor nos preparativos anteriores para uma saída complicada.

"As empresas de serviços financeiros estão preparadas, mas, até agora, transferiram menos funcionários e ativos para o continente do que o esperado", segundo Omar Ali, líder de serviços financeiros da EY no Reino Unido. O relatório acompanhou 222 comentários de empresas sobre o Brexit.

A lentidão já levou reguladores a recomendar que os bancos se prepararem mais rapidamente para todas as formas de Brexit, em meio ao receio de Bruxelas de que o Reino Unido sairá da UE em 31 de outubro sem acordo para facilitar a transição.

Até agora, muitas das mudanças do setor financeiro rumo à UE foram fragmentadas. Londres ampliou a liderança nas negociações de derivativos de câmbio e taxa de juros desde o referendo, de acordo com o Banco de Compensações Internacionais. O Goldman Sachs inaugurou recentemente outro escritório em Londres, e o JPMorgan Chase suspendeu transferências de funcionários em larga escala, mas avisou que milhares de empregos poderiam deixar o Reino Unido.

A EY disse que as empresas podem realocar 7.000 postos no curto prazo. O setor também pode transferir 1 trilhão de libras (US$ 1,25 trilhão) de ativos de Londres, uma estimativa que permaneceu inalterada em relação à última pesquisa publicada em junho. A EY não informou o valor dos ativos que já haviam sido transferidos.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net