Economistas esperam pausa após 3º corte de juros nos EUA
(Bloomberg) -- Autoridades do banco central americano devem sinalizar pausa nos cortes de juros após uma redução na semana que vem, de acordo com a maioria doseconomistas consultados pela Bloomberg.
Em pesquisa realizada entre 21 e 24 de outubro com 40 economistas, 85% esperam que o comitê de política monetária (FOMC) do Federal Reserve diminua a taxa básica em 0,25 ponto percentual no encerramento de uma reunião de dois dias em Washington, na quarta-feira. Assim, o intervalo para a meta do Fed recuaria para 1,5%-1,75%.
Além disso, 56% dos entrevistados entendem que, se de fato houver o corte, a instituição sinalizaria ? por meio do comunicado ou dos comentários do presidente Jerome Powell durante a entrevista coletiva logo após o encontro ? que deve fazer uma pausa antes de voltar a mexer nos juros.
"Pode muito bem ser um corte de postura mais rígida, porque Powell tende a sinalizar alguma resistência a reduzir mais as taxas", disse Thomas Costerg, economista sênior para os EUA na Pictet Wealth Management, em Genebra.
O Fed já baixou os juros duas vezes este ano, em julho e setembro. Não por prever uma piora significativa, mas porque os riscos de uma escorregada aumentaram.
Powell no mês passado comparou isso a fazer um "seguro". Embora o desemprego nos EUA esteja baixo, a criação de vagas robusta e o gasto do consumidor sólido, ele citou a desaceleração do crescimento global, incertezas relacionadas a tensões comerciais e inflação abaixo da meta como razões para diminuir os juros.
Três para terminarApós esta reunião, a grande dúvida é se Powell e colegas entendem que três cortes de 0,25 ponto são seguro suficiente. Mesmo que for o caso, nada garante que Powell dirá isso. Na entrevista coletiva de setembro, ele evitou dar indícios sobre o futuro dos juros, mesmo diante de repetidos questionamentos.
"O Fed está se abstendo de fornecer orientações futuras, dizendo que as decisões sobre juros são tomadas a cada reunião", disse Kathleen Bostjancic, economista da Oxford Economics, em Nova York. "No entanto, se o Fed desejar interromper os cortes de juros na reunião de dezembro, o presidente Powell deve dar alguma indicação na coletiva de imprensa."
Incertezas restantesNem todos concordam com essa perspectiva. Brian Wesbury, economista-chefe da First Trust Portfolios, não espera essa sinalização porque as incertezas que o Fed usou para justificar cortes nas taxas não diminuíram.
"China e EUA não chegaram a um acordo, a Europa ainda está lenta e fraca e o Brexit não terminou", disse ele. "Eles não podem colocar um piso porque isso passaria a mensagem de que já fizeram o suficiente para corrigir a incerteza ou que a incerteza ficou para trás e não ficou."
Segundo as projeções medianas, os entrevistados esperam que o Fed reduza os juros mais uma vez em 2020, em linha com os contratos futuros da taxa básica, que implicam redução adicional ao redor de 0,40 p.p. até o fim do ano que vem.
Uma enquete separada mostrou que os economistas enxergam riscos significativos para a economia dos EUA. Como grupo, eles atribuíram probabilidade mediana de 30% de o Fed zerar os juros antes do final do próximo ano.
Repórteres da matéria original: Christopher Condon Washington, ccondon4@bloomberg.net;Chris Middleton Washington, cmiddleton2@bloomberg.net
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