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BRF volta a investir com nova fábrica de R$ 120 milhões na Arábia Saudita

Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

Tatiana Freitas

29/10/2019 08h33

Depois de concluir um plano de venda de ativos e reduzir sua dívida, a BRF está pronta para investir novamente. A companhia construirá na Arábia Saudita sua primeira nova fábrica em cinco anos enquanto procura voltar a crescer.

A empresa com sede em São Paulo assinou um memorando de entendimento com a agência de promoção de investimentos do reino saudita, conhecida como Sagia, para construir uma fábrica visando crescimento no mercado halal. A nova instalação, com capacidade para produção de 50.000 toneladas de alimentos processados por ano, deve receber investimentos de US$ 120 milhões.

O envolvimento da Sagia inclui auxílio à BRF na busca de alternativas de financiamento local, disse o CEO da BRF, Lorival Luz, em entrevista por telefone. A BRF e a Sagia trabalharão juntas para decidir o local da nova fábrica, uma decisão que pode influenciar nos possíveis benefícios do governo ao projeto.

O uso do capital saudita para financiar a nova fábrica é uma possibilidade, "mas independente disso a BRF consegue recursos próprios sem afetar as suas metas de desalavancagem", disse Luz. "Desalavancar a companhia continua sendo prioridade".

A BRF espera encerrar o ano com dívida líquida em 3,15 vezes o Ebitda, meta que foi reduzida da anterior 3,65, o que significa que os resultados serão melhores do que o inicialmente esperado, disse Luz. O projeto não deve afetar o fluxo de caixa de 2019, pois a construção está programada para começar no próximo ano e terminar em 2021.

A carne usada na fabricação de hambúrgueres, nuggets e salsichas na nova instalação será fornecida em grande parte por unidades da BRF no Brasil e por produtores locais. A empresa não assumiu nenhum compromisso mínimo de comprar matéria-prima de produtores sauditas, segundo Luz.

A Arábia Saudita foi o maior comprador de frango brasileiro no ano passado, respondendo por 12% do total de embarques, segundo dados da ABPA. O país procura reduzir sua dependência de importações.

O anúncio marca o retorno da BRF à execução de seus planos de crescimento, depois que escândalos de corrupção, proibições de importação e brigas entre os seus acionistas resultaram em quase dois anos de perdas. Seu último investimento greenfield foi em uma instalação nos Emirados Árabes Unidos que iniciou suas operações em 2014.

"Assumimos um compromisso de longo prazo com a Sagia e seremos a única empresa brasileira com produção local na Arábia Saudita, colocando-nos em uma posição diferenciada com o governo saudita", afirmou Luz.

A BRF, por meio da marca Sadia, está presente na Arabia Saudita desde a década de 1970.

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