Telefônica avalia rede móvel da Oi oferecida por assessores
(Bloomberg) -- A espanhola Telefónica, controladora da Vivo (Telefônica Brasil), vai avaliar a aquisição da rede de telefonia móvel da Oi, depois de ter sido abordada por assessores da operadora de telecomunicações brasileira.
"Sabemos que o processo para uma potencial venda da unidade móvel da Oi foi iniciado porque a empresa, por meio de seus assessores, entrou em contato com as possíveis partes interessadas", disse o diretor de operações da Telefónica, Angel Vila, durante a conferência Morgan Stanley European Technology, Media & Telecom, realizada na quarta-feira em Barcelona.
"Vamos analisar o negócio porque sempre apoiamos oportunidades de consolidação de mercado", disse ele. Para o executivo, o desempenho da Oi no mercado de telefonia móvel foi impecável no passado e por isso a empresa tem "uma base substancial de clientes e uma posição de espectro significativa".
A Telefônica e suas duas maiores concorrentes no Brasil, Tim Participações e Claro, da América Móvil, há muito tempo mostram interesse em adquirir ativos da Oi, que encerrou o processo de recuperação judicial em 2018. Rodrigo Abreu, COO da Oi, disse em 30 de outubro que a empresa planeja focar na expansão da rede de fibra óptica e continuar vendendo outros ativos.
Esse foco é uma das iniciativas da Oi para conter a queima de caixa, enquanto dá os últimos passos na reestruturação de US$ 19 bilhões em dívidas, a segunda maior do país. A empresa já havia anunciado um programa de desinvestimento de US$ 2 bilhões em ativos não essenciais, que inclui torres e operações fora do Brasil. Várias reportagens indicaram uma potencial venda do negócio móvel da Oi, avaliada em até US$ 4,8 bilhões.
Considerando as fatias de mercado atuais das rivais da Oi no Brasil, restrições regulatórias poderiam barrar o negócio se uma única operadora quiser comprar toda a operação móvel da Oi, disse Vila. Com isso, o comprador provavelmente teria que vender parte dos ativos para outra operadora. O processo ainda está em estágio inicial e nenhum número foi detalhado, disse.
O Brasil é o segundo mercado da Telefônica, depois da Espanha, e pode se tornar o maior. No entanto, as operações da sua unidade local, a Vivo, estão muito concentradas em São Paulo e na região Sudeste. Comprar os ativos da Oi permitiriam expandir essa presença para o resto do país.
--Com a colaboração de Fabiola Moura.
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