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Política de taxas negativas é testada sob comando de Lagarde

Craig Stirling

05/12/2019 14h47

(Bloomberg) -- Cinco semanas após Mario Draghi ter deixado a presidência do Banco Central Europeu, encontrar um fã sincero de seu legado de taxas de juros negativas se tornou muito mais difícil.

Membros do Conselho do BCE, que coletivamente reduziram os juros para uma taxa negativa de 0,5% pouco antes do término do mandato de Draghi, estão cada vez mais descrevendo a política como um mal necessário que não deve ser agravado. A comunicação esparsa sobre questões monetárias da nova presidente do BCE, Christine Lagarde, não dissipa essa impressão.

Bancos perceberam a mudança de humor, revertendo as previsões de que Lagarde - sob a orientação de Philip Lane - voltaria a reduzir os juros em sua primeira reunião de política monetária em 12 de dezembro.

É uma consequência impressionante para uma instituição cuja credibilidade depende da promessa de que sempre pode fazer mais, se necessário, para estimular a inflação e cuja orientação de política monetária declara explicitamente que os juros ainda podem cair ainda mais. Isso sugere que uma revisão da estratégia planejada pela nova presidente precisará de uma análise cuidadosa do kit de ferramentas.

"Não esperamos que eles reduzam ainda mais as taxas", disse Sarah Hewin, economista-chefe para as Américas e Europa no Standard Chartered Bank. "Não tenho certeza de que haja um consenso de que as taxas negativas sejam ruins, mas estou me perguntando se, com essa transição de Draghi para Lagarde, há uma oportunidade de expressar suas preocupações."

--Com a colaboração de Catherine Bosley.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net