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Espanha reforma sistema de GNL para atrair operadores globais

Anna Shiryaevskaya

06/12/2019 10h40

(Bloomberg) -- A Espanha promove a maior reforma de seu sistema de gás natural liquefeito, uma iniciativa para reforçar seu papel como um importante centro de armazenamento e comercialização do combustível.

Com mais terminais de GNL do que qualquer outro país da Europa, a Espanha está tornando sua rede, focada no mercado doméstico, mais acessível aos operadores globais. A partir do ano que vem, o país planeja revisar limites e taxas de armazenamento que, no passado, desestimularam transportadoras de estocarem e recarregarem GNL no mercado espanhol.

O momento não poderia ser melhor, pois novas usinas dos EUA à Rússia colocam cada vez mais GNL em um mercado que já testa limites de armazenamento. Esse excesso de oferta resultou num número recorde de carregamentos de GNL navegando rumo à Europa no mês passado, uma tendência que deve continuar pelo resto do ano.

"Os altos custos do uso da infraestrutura espanhola fizeram com que a Espanha perdesse muito para outros países europeus na arbitragem de recarga para mercados asiáticos em 2017-18", disse Leyra Fernández Díaz, analista global de gás da Energy Aspects. "Este não será mais o caso após as reformas."

Os terminais da Espanha têm quase a mesma capacidade de armazenamento combinado que seus dois rivais mais próximos, Reino Unido e França, de acordo com a Gas Infrastructure Europe. A Espanha também possui o mais antigo terminal em funcionamento da Europa, localizado em Barcelona, em operação desde 1968.

A partir de outubro de 2020, traders de GNL que utilizam os terminais da Espanha não precisarão dos chamados acordos agregados que os obrigam fornecer gás à rede do país. Também poderão fazer ofertas por espaço por períodos determinados, uma prática comum em outros centros europeus.

"A capacidade de armazenamento de GNL será oferecida como um serviço desagregado através de leilões regulares como produtos padrão: anual, trimestral, mensal, diário e intradiário", disse Agustin Alonso, da Comissão Nacional de Mercado e Concorrência da Espanha. "Os usuários terão que pagar o preço resultante do leilão pelo valor total da capacidade reservada, independentemente de usá-la ou não."

É o oposto do sistema atual, voltado para o fornecimento na Espanha, o sexto maior usuário de gás da União Europeia. O país cobra taxas diárias de armazenamento e aplica altas multas para os que excedem os limites estabelecidos, incluindo por quanto tempo mantêm os estoques.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net