Super-ricos injetam US$ 787 bi em mercado de crédito privado
(Bloomberg) -- Como muitos entre os super-ricos globais, o financista Evgeny Denisenko, que mora em Mônaco, enfrenta um desafio de investimento.
Há quatro anos, Denisenko obteve um ganho de milhões de dólares ao vender uma participação acionária para uma grande empresa farmacêutica russa. Porém, em uma época em que bancos centrais socorrem as economias com políticas de juros baixos e títulos com rendimentos negativos, os ativos tradicionais que costumavam preservar as fortunas das famílias são mais escassos e menos eficazes. Isso significa que o valor real das economias de muitas pessoas está diminuindo, o que coloca Denisenko diante do desafio de garantir que as futuras gerações de sua família sejam tão ricas quanto ele.
A solução, diz o russo de 29 anos, está em um mercado arriscado de empréstimos para empreendimentos e empresas vistos como muito de nicho ou estranhos pelos bancos. "Se você conseguir o negócio certo, é uma das melhores classes de ativos no momento", diz Denisenko.
Empréstimos diretos a projetos distantes de exploração de petróleo, projetos imobiliários de luxo, empresas financiadas por private equity e startups de tecnologia com elevada queima de caixa podem pagar rendimentos equivalentes ao dobro do mercado dos chamados títulos junk, ou de alto risco. Isso atraiu investidores como a família Denisenko e outros membros da elite global, como o ex-proprietário do Los Angeles Dodgers, Frank McCourt Jr. A Proventus Capital, com sede em Estocolmo, que surgiu a partir da separação do family office do financista sueco Robert Weil, está investindo no mercado em nome de clientes ricos, bem como para investidores institucionais.
Os family offices investem no mercado de crédito privado frequentemente por meio de fundos. A família Pritzker, dona da rede de hotéis Hyatt, e o Bill & Melinda Gates Foundation Trust também injetaram capital em fundos que investem nas chamadas dívidas distressed, segundo declarações de imposto de renda. Porta-vozes de McCourt e do Gates Foundation Trust não quiseram comentar. Pedidos de comentários da família Pritzker não foram retornados imediatamente.
O crédito privado cresceu globalmente aproveitando o espaço deixado por bancos que, sob pressão dos reguladores desde a crise financeira para reduzir o risco, passaram a evitar empréstimos para empresas menores e potencialmente mais vulneráveis. O mercado de crédito privado cresceu para US$ 787,4 bilhões em relação a apenas US$ 42,4 bilhões em 2000, segundo a empresa de pesquisa Preqin, com sede em Londres.
O family office de Denisenko, conhecido como Apolis, pretende investir cerca de US$ 50 milhões por ano em todo o mundo em empresas de setores como terceirização, petróleo e imóveis. Em outubro, 393 family offices estavam ativos em dívida privada comparados a 129 em 2015, segundo a Preqin. Este ano, a Axial Networks, que opera um fórum on-line para reunir bancos e tomadores de empréstimos, estima que os family offices em sua plataforma fechem 275 acordos de crédito privado em 2019, um aumento anual de aproximadamente 15%.
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