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Apple expande carteira digital na Europa e incomoda concorrência

Natalia Drozdiak e Aoife White

12/12/2019 13h00

(Bloomberg) -- A carteira digital da Apple se expande na Europa em um momento em que reguladores investigam o avanço da gigante da tecnologia em serviços financeiros.

O problema está no papel da Apple como plataforma para outros serviços. O Spotify já enviou uma queixa a reguladores antitruste alegando que a Apple favorece seu próprio serviço de música. Agora, bancos e outros provedores de pagamentos dizem que a empresa concede ao serviço Apple Pay uma vantagem injusta ao limitar o acesso a um componente essencial dos iPhones.

"O acesso a interfaces técnicas agora é um fator competitivo importante para os sistemas de pagamento", disse Kerstin Altendorf, porta-voz da Associação de Bancos Alemães. "As mesmas condições devem ser aplicadas a todos os participantes do mercado."

As queixas contra a Apple surgem à medida que parlamentares e reguladores buscam restringir o poder de plataformas de tecnologia do Vale do Silício, como o Google e Facebook.

A responsável para questões antitruste da União Europeia, Margrethe Vestager, começou a investigar o Apple Pay, e reguladores antitruste da Holanda e da França também estão preocupados. Na Alemanha, uma lei que entra em vigor em 1º de janeiro pode forçar a Apple a ampliar sua tecnologia de pagamentos para concorrentes.

É um momento complicado para a Apple, que depende mais de serviços digitais como o Apple Pay para impulsionar o crescimento. Sua carteira digital já está vinculada a 900 bancos na Europa e a empresa planeja trabalhar com outros 1,5 mil. O andamento das atividades dependerá em parte da batalha pelo acesso à tecnologia do Apple Pay.

A Apple acredita "profundamente na concorrência", afirmou em comunicado, e a empresa tentou tornar o serviço no "tipo de sistema de pagamento e carteira contínuo e conveniente que nossos usuários desejam e esperam".

Os clientes também podem usar opções alternativas de pagamento móvel em aparelhos da Apple, onde as transações são processadas por meio de códigos QR em preto e branco em vez da tecnologia com chips NFC.

As preocupações de segurança podem interferir nessas alternativas baseadas em QR, usadas pela Twint, Payconiq International e outros rivais do Apple Pay.

Os códigos QR podem ser facilmente falsificados, de acordo com James Moar, analista da Juniper Research. "Realmente não vejo isso como uma concorrência viável para o Apple Pay na Europa neste momento", disse.

--Com a colaboração de Mark Gurman e Sarah Syed.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Natalia Drozdiak Brussels, ndrozdiak1@bloomberg.net;Aoife White Brussels, awhite62@bloomberg.net