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Cortes da Opep+ não podem ser eternos, diz ministro da Rússia

Dina Khrennikova e Olga Tanas

27/12/2019 10h28

(Bloomberg) -- Para o governo da Rússia, os cortes na produção da Opep+ estabilizaram o mercado global de petróleo, mas não podem durar para sempre, o que reforça a incerteza sobre o futuro do acordo depois de março.

"Os cortes na produção de petróleo não podem ser eternos; gradualmente, precisamos tomar uma decisão sobre sair" do acordo, disse o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, em entrevista ao canal de televisão estatal Rossiya24. Como uma das arquitetas do acordo da Opep+, a opinião da Rússia é fundamental, embora produtores de petróleo do país há muito tempo pressionem por uma flexibilização dos limites de produção.

A Rússia precisa defender participação de mercado e deixar suas petroleiras desenvolverem novos projetos, disse Novak. O ministro não especificou quando o país tomaria a decisão de se retirar do acordo, mas disse que espera discutir o assunto com membros da Opep+ no próximo ano. A demanda global por petróleo poderia aumentar já em meados de 2020, disse.

A Rússia, que ajudou a consolidar o acordo original entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros em 2016, mostrou este ano que está ficando cansada de restringir a oferta. O país por várias vezes não cumpriu a cota, tendo produzido acima dos limites em oito meses em 2019, de acordo com os cálculos da Bloomberg com base em estatísticas oficiais.

A Opep+ se reúne no início de março para discutir opções para uma futura cooperação na oferta de petróleo.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Dina Khrennikova Moscow, dkhrennikova@bloomberg.net;Olga Tanas Moscow, otanas@bloomberg.net