Estudo do MIT aponta custo de sair do Facebook por um mês
(Bloomberg) — Você sairia do Facebook por um mês em troca de US$ 50?
A pergunta, feita por Erik Brynjolfsson e quatro coautores de um novo estudo do MIT, pode ajudar economistas a medirem melhor até que ponto novas tecnologias gratuitas estão remodelando a economia e nossas vidas. Obviamente, o impacto é enorme.
Segundo o estudo, a rede social por si só poderia acrescentar 0,11 ponto percentual por ano ao PIB dos EUA, quando se considera o benefício para usuários. O artigo foi apresentado no sábado na reunião anual da Associação Econômica Americana, em San Diego.
O estudo aborda uma questão mais ampla que intriga economistas: até que ponto a tecnologia está melhorando nossas vidas? Tradicionalmente, a abordagem tem como foco o nível de riqueza proporcionado aos indivíduos pelas inovações. Assim, a resposta apareceria no PIB, uma medida imperfeita, mas razoável, de bem-estar agregado.
Essa tarefa fica mais difícil, no entanto, quando as tecnologias que transformam a sociedade são gratuitas, pelo menos em dólares, embora os autores também concordem com a ideia de que bens e serviços "gratuitos" podem ter um preço implícito.
Afinal, se Facebook, Twitter, serviços de mapas GPS e um host de outros aplicativos de smartphones têm custo zero, eles não aparecerão no PIB nem nas medidas tradicionais de produtividade - mesmo que melhorem nossas vidas e nos tornem mais produtivos.
Para resolver isso, Brynjolfsson e os coautores realizaram antes de tudo uma série de experimentos e pesquisas destinados a extrair o valor monetário que as pessoas atribuem a certos bens e serviços gratuitos. Isso lhes permite construir uma alternativa ao PIB, que chamam de PIB-B, com base não nos custos reais, mas nos benefícios percebidos.
Em uma amostra representativa de usuários de Internet nos Estados Unidos, descobriram que o preço médio de sair do Facebook por um mês seria de US$ 42,17.
Em outro teste com participantes na Holanda, quando questionados sobre alguns serviços gratuitos na Internet, o grupo atribuiu o maior valor ao WhatsApp, controlado pelo Facebook: 535,73 euros (US$ 598) pela abstinência de apenas um mês. O Facebook recebeu o segundo valor mais alto, de cerca de 100 euros. O Twitter, usado por apenas um terço do grupo, foi avaliado em menos de 1 euro.
"O PIB-B e as métricas relacionadas propostas neste estudo permitem uma exploração mais completa dos impactos de bens novos e gratuitos sobre o bem-estar, com potenciais implicações políticas significativas", concluíram os autores.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.