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Samarco rejeita pedido credores p/ retomar conversas: Fontes

Imagem aérea de Barra Longa (MG), um dos municípios atingidos pelos rejeitos de barragens da Samarco - Ibama/Divulgação
Imagem aérea de Barra Longa (MG), um dos municípios atingidos pelos rejeitos de barragens da Samarco Imagem: Ibama/Divulgação

Pablo Gonzalez

06/01/2020 14h11

(Bloomberg) -- (Atualiza antepenúltimo parágrafo para acrescentar que projeção da Samarco é por ano e atualiza último parágrafo sobre as respostas das empresas)

A Samarco rejeitou o pedido formal dos credores para retomar as negociações para reestruturar sua dívida em atraso, sinalizando riscos maiores para os detentores de títulos, segundo pessoas com conhecimento direto da situação.

A joint-venture entre BHP e Vale disse que ainda precisa reforçar seu plano de negócios e, sem isso, a empresa argumenta que estará em desvantagem se retomar as negociações que foram suspensas por quase um ano sobre US$ 2,9 bilhões em dívidas inadimplentes, disseram as pessoas.

A Samarco informou que vai reiniciar a produção de minério de ferro no segundo semestre deste ano, depois de garantir todas as permissões exigidas pelas autoridades. As operações foram interrompidas desde o colapso da barragem de resíduos em Mariana, há cerca de cinco anos, que matou 19 pessoas, reduzindo a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações com os credores.

O atraso contínuo nas negociações para reestruturar a dívida pode contrariar os credores da Samarco, disseram as pessoas. Essa é uma má notícia para os detentores dos US$ 2,2 bilhões em títulos com vencimento em 2022 e 2024 negociados a 66 a 69 centavos de dólar, respectivamente. A empresa está inadimplente com essas obrigações há quase quatro anos.

A Samarco projeta que a produção atinja 8 milhões de toneladas por ano no segundo semestre de 2020 e atinja a capacidade total de cerca de 24 milhões de toneladas de pelotas até 2030.

As negociações para a reestruturação da dívida inadimplente foram suspensas no final de janeiro de 2019, quando a Vale, que possui metade do empreendimento, enfrentou um desastre ainda pior na mina em Brumadinho, também em Minas Gerais. O colapso intensificou o escrutínio dos pedidos de licenças ambientais por parte dos reguladores.

Vale, Samarco e BHP preferiram não comentar.