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Domínio de grandes empresas no S&P 500 é recorde

Justina Lee e Luke Kawa

15/01/2020 14h53

(Bloomberg) -- Pelo menos uma coisa ficou clara após um início de ano tumultuado: para investidores de renda variável, as maiores nunca estiveram tão bem como agora.

Enquanto o índice S&P 500 volta a testar seu recorde, as cinco maiores empresas de capital aberto dos Estados Unidos agora respondem por uma participação recorde de 18% da capitalização do indicador de referência - superior à bolha da tecnologia, disse o Morgan Stanley na segunda-feira.

As ações de empresas de alta capitalização dos EUA saltaram para perto do nível mais alto em mais de 10 anos em relação às chamadas small caps nos primeiros dias desta nova década. As empresas que lucram mais no exterior estão perto dos maiores níveis desde abril em comparação com as domésticas, segundo as cestas do Goldman Sachs.

Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon.com e Facebook são "o outro 1 por cento", disse o estrategista-chefe de renda variável para EUA do Morgan Stanley, Mike Wilson, usando uma frase normalmente usada para descrever as disparidades de renda e riqueza para exemplificar as desigualdades no mercado de ações.

Embora a valorização dessas gigantes seja uma boa notícia para quem simplesmente busca uma alta do índice, para alguns estrategistas é sinal de que os investidores perderam o apetite por risco em meio a temores de que o ciclo econômico esteja lento. Graças à inovação e à predominância do mercado - o argumento principal para a valorização -, essas gigantes de tecnologia podem proporcionar crescimento de lucro, independentemente do que acontece na economia.

O desempenho superior ameaça alterar muitas teses populares para 2020 em renda variável, notadamente uma preferência por ações globais em detrimento de empresas dos EUA, bem como por ativos mais arriscados.

"Os investidores estão muito mais cautelosos do que pensamos", disse Sophie Huynh, uma multiestrategista de ativos do Société Générale, em Londres. "Se houver realmente uma recessão, as pequenas empresas serão prejudicadas por causa do risco de crédito mais o beta de ações".

Em um ciclo de negócios em envelhecimento, muitos acreditam que é mais provável que a atividade desacelere do que acelere e, portanto, o crescimento do lucro será mais fraco - punindo as small caps desproporcionalmente. Margens mais apertadas levaram a ganhos mais decepcionantes entre o grupo e as estimativas de lucro provavelmente serão reduzidas ainda mais, escreveu Wilson e sua equipe na semana passada.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Justina Lee London, jlee1489@bloomberg.net;Luke Kawa em Nova York, lkawa@bloomberg.net