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Dar flores no Dia dos Namorados pode não ser tão ruim para Terra

Claire Ballentine

29/01/2020 16h17

(Bloomberg) -- Dar um presente usado, muitas vezes, causa má impressão. Mas pode ser o gesto mais atencioso, tanto para quem recebe quanto para o meio ambiente.

À medida que consumidores, especialmente os jovens, se tornam mais preocupados com o meio ambiente, mais serviços surgem para reduzir o desperdício no setor de flores, prolongando a vida de buquês antigos que antes eram descartados no dia seguinte a um grande evento. Considerando que o mercado de presentes florais deve alcançar receita de US$ 16 bilhões até 2023, comprar de empresas que ajudam o meio ambiente pode ter um enorme impacto.Segundo uma estimativa, os 100 milhões de rosas cultivadas para um típico Dia dos Namorados nos Estados Unidos produzem cerca de 9 mil toneladas de emissões de dióxido de carbono.

"Quando você entende como funciona a cadeia de suprimentos e o número de mãos que tocam essas flores, e que depois são apreciadas apenas por algumas horas, é desagradável pensar sobre a quantidade de recursos que entram nela", diz Jennifer Grove, fundadora do serviço de flores Repeat Roses, em Nova York.

Enquanto trabalhava como designer de casamentos e planejadora corporativa, Grove frequentemente supervisionava o design de complexos arranjos florais, mas depois via essas criações descartadas em poucas horas. Em 2014, ela fundou a Repeat Roses para facilitar a doação de buquês usados por clientes de luxo. Como um serviço de flores tradicional, a empresa vende decorações sofisticadas para casamentos ou eventos sociais, mas depois as recicla ou aduba.Se um cliente escolher o serviço de reaproveitamento, uma equipe da Repeat Roses poderá remover os arranjos do evento e depois fazer um novo arranho para as flores em pequenos buquês para doá-los a hospitais, asilos e abrigos de famílias. Se houver uma instituição de caridade especial para um cliente, a equipe garantirá que as flores sejam enviadas o local. Os exemplos incluem o Hope Lodge, da American Cancer Society, no Jerome L. Greene Family Center, e o Bowery Mission Women's Center em Manhattan. O altruísmo não é gratuito: o serviço de remoção e reaproveitamento custa a partir de US$ 1.750 para cobrir os custos de transporte e mão de obra. Caso o cliente não esteja disposto a gastar muito, a empresa reaproveita as flores do evento, em vez de enviá-las para um aterro.

Por meio desses dois métodos, a Repeat Roses estima que desviou mais de 98 toneladas de resíduos de aterros e entregou quase 53 mil arranjos florais a pessoas carentes.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net