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Minerva vê retomada "gradual" do mercado chinês de carnes

Tatiana Freitas

19/02/2020 12h18

(Bloomberg) -- As exportações e novas vendas de carne bovina para a China estão gradualmente voltando ao ritmo normal à medida que o país asiático trabalha para resolver problemas nos portos associados à epidemia de coronavírus. A informação é de executivos do frigorífico Minerva, que na terça-feira divulgou resultados impulsionados pela maior demanda chinesa.

A empresa sediada em São Paulo exporta para a China a partir do Brasil, Argentina e Uruguai. Algumas cargas foram redirecionadas para outros mercados diante de problemas logísticos nos portos chineses, informou o presidente Fernando Galletti de Queiroz.

Milhares de contêineres com carne congelada de origem suína, bovina e de frango ficaram parados em alguns dos principais portos por causa da falta de mão de obra e de opções de transporte. As entregas se acumularam em portos como Tianjin, Xangai e Ningbo devido à falta de caminhoneiros para pegar contêineres após as restrições de viagens impostas para controlar o coronavírus, segundo reportagem publicada pela Bloomberg esta semana. Os atrasos também foram causados pela prorrogação dos feriados do Ano Novo Lunar.

As operações de descarregamento estão se normalizando gradualmente e o gargalo nos portos deve ser resolvido em um período de um mês a seis semanas, disse o CEO.

"Vemos sinais positivos de retomada, com os contêineres sendo retirados dos portos", disse ele. "Os estoques foram totalmente consumidos após o feriado prolongado."

A Minerva espera repetir em 2020 os resultados positivos divulgados no quarto trimestre de 2019. Além do aumento das exportações para a China, o frigorífico pretende ocupar parte do espaço deixado pela Austrália na oferta de carne neste ano. Os incêndios florestais devastadores devem derrubar as exportações de carne daquele país, que têm como principais clientes nações do Sudeste Asiático e do Oriente Médio.

No ano passado, a Minerva apresentou lucro líquido de R$ 16 milhões, revertendo prejuízo de R$ 1,26 bilhão no ano anterior. A receita líquida somou R$ 17 bilhões, um aumento de 6% na mesma comparação, enquanto o Ebitda ajustado subiu 13% para R$ 1,7 bilhão, um recorde para a companhia.