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Mais barato, zinco busca liderar mercado de baterias de lítio

Yvonne Yue Li

06/03/2020 15h06

(Bloomberg) -- Um metal mais conhecido pela galvanização do aço começa a entrar no novo mercado de armazenamento de energia para redes elétricas. Avaliado em US$ 30 bilhões, o segmento cresce em importância para desenvolver energia solar e eólica globalmente.

Menos de quatro meses após o governador de Nova York, Andrew Cuomo, ter prometido produzir 100% da eletricidade de Nova York a partir de fontes limpas até 2040, a autoridade de energia do estado lançou um desafio de inovação com o envolvimento de 60 empresas para atingir esse objetivo. A vencedora: uma startup do Canadá com foco em zinco.

Sistemas de bateria desenvolvidos com base em zinco, dizem, não pegam fogo como sistemas de íons de lítio. Quanto mais tempo são usados, se tornam menos custosos em comparação. E o zinco é mais barato e mais amplamente disponível. É uma aposta que atrai interesse não apenas em Nova York, que em janeiro iniciou um projeto de US$ 2,55 milhões com a startup vencedora. Canadá e Indonésia financiam seus próprios projetos de baterias de zinco.

"O armazenamento para serviços públicos é um mercado inexplorado", disse Ron MacDonald, responsável pela Zinc8 Energy Solutions, a empresa que venceu o desafio estadual. "É um santo graal."

As baterias de íon de lítio foram comercializadas pela primeira vez em 1991 e são usadas em aplicações que variam de eletrônicos a veículos. Como as concessionárias se voltaram às energias renováveis ??para gerar eletricidade, essas baterias se tornaram a escolha natural quando a energia solar ou eólica sofre cortes.

Enquanto isso, baterias à base de zinco, com taxas de carga mais baixas, eram limitadas a pequenos aparelhos auditivos até cerca de dois anos atrás. Foi quando engenheiros descobriram como torná-las recarregáveis ??em escala comercial. Desde então, empresas como a Zinc8, NantEnergy e e-Zn têm direcionado o uso para serviços públicos, onde podem acumular energia durante um dia inteiro e utilizá-la à noite.

"Não há dúvida de que as baterias de lítio e chumbo-ácido atualmente dominam o mercado de armazenamento de energia", disse Andrew Green, diretor executivo da Associação Internacional de Zinco. "Mas somos o próximo grupo."

Em janeiro, a Zinc8 assinou um contrato de três anos com a Autoridade de Energia do Estado de Nova York para desenvolver um projeto de demonstração que pode produzir energia de backup para um prédio municipal ou edifício de campus universitário por 8 horas, a um custo de cerca de US$ 250 por quilowatt-hora.

A empresa com sede em Vancouver está no processo de encontrar o local ideal para o projeto, provavelmente no oeste de Nova York, disse MacDonald em entrevista. Feito isso, o sistema poderá entrar em funcionamento até 2022, disse.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net