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Chineses voltam a fazer compras de luxo após demanda reprimida

Robert Williams e Jinshan Hong

12/03/2020 16h04

(Bloomberg) -- Consumidores chineses lentamente retornam aos shoppings e boutiques glamorosas, impulsionando o crescimento da indústria global de luxo com a flexibilização das medidas de quarentena de coronavírus.

O tráfego das lojas na China sobe novamente após uma queda de até 80% no pico do surto de vírus no início do inverno no hemisfério norte, o que dá fôlego às vendas de marcas como Burberry e Gucci, da Kering. A recuperação pode acelerar nas próximas semanas, alimentada pelos chamados "gastos de vingança".

Amrita Banta, diretora-gerente da Agility Research, usou o termo - anteriormente cunhado para descrever a demanda reprimida do consumidor chinês na década de 1980 após o caos e a pobreza da Revolução Cultural - para descrever a compra de clientes de luxo cujos bolsos estão cheios de dinheiro após semanas de planos cancelados.

"As cidades maiores mostram um otimismo cauteloso", disse. "Vemos uma recuperação lenta, mas definitiva."

Contaminação global

Mesmo quando o vírus se espalha globalmente, há sinais de que o surto da China está sob controle. O país registrou pouco mais de 20 novos casos da doença na quarta-feira, abaixo das centenas ou milhares por dia algumas semanas atrás. E marcas de luxo como Hermes International estão reabrindo lojas.

"Vimos uma lenta melhora dos negócios na China", disse na terça-feira Micaela Le Divelec Lemmi, presidente da Salvatore Ferragamo. "Além do tráfego, o humor dos clientes chineses também será relevante. Depois de um mês e meio de bloqueios e restrições, existe vontade de ter uma vida de verdade."

Andy Li, que trabalha com tecnologia financeira, concorda. Li, de 29 anos, já foi ao shopping Maoye, na província de Shanxi no norte do país, três vezes desde que as medidas de quarentena diminuíram há duas semanas. O shopping, que possui marcas como Gucci e Bottega Veneta, verifica a temperatura dos consumidores na entrada. Também é obrigatório o uso de máscaras.

"Fiquei preso em casa um mês inteiro", disse Li. "Nosso complexo residencial estava acorrentado e não podíamos ir a lugar algum. Agora me sinto um pouco livre de novo."

--Com a colaboração de Claire Che e Shawna Kwan.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Robert Williams em Paris, rwilliams323@bloomberg.net;Jinshan Hong Hong Kong, jhong214@bloomberg.net