Investidores chineses buscam barganhas para aquisições na Europa
(Bloomberg) -- Empresas chinesas se preparam para aquisições com descontos na Europa, onde a pandemia de coronavírus levou empresas a uma corrida por empréstimos para não fecharem as portas.
Banqueiros observam um aumento das consultas de empresas e fundos chineses de olho em alvos na Europa, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Muitos dos potenciais compradores são estatais, disseram. Essas negociações preliminares coincidem com a queda do valor de mercado de empresas listadas no índice MSCI Europe, que acompanha o desempenho do mercado desenvolvido no continente. O índice acumula queda de 23% neste ano, a pior queda desde a crise financeira global.
As ofertas lideradas por empresas chinesas, particularmente as controladas ou com participação do estado, podem resultar em conflitos com governos europeus, que se mostraram dispostos a defender setores estratégicos.
Na Europa, setores como o aéreo, hoteleiro e ligas de futebol buscam ajuda financeira devido à paralisação dos negócios provocada pela pandemia, que afeta o fluxo de caixa. Antecipando potenciais ofertas hostis, que incluem investidores chineses, algumas empresas europeias começam a recorrer a estratégias de defesa, disseram as pessoas. Banqueiros foram consultados para ajudá-las a se defender de possíveis aquisições, disseram.
Embora as restrições relacionadas à pandemia e às viagens globais signifiquem que os acordos não serão fechados tão cedo, investidores chineses estão ansiosos para explorar, pois veem menos concorrência de empresas estrangeiras que agora estão ocupadas em lidar com o surto, disseram as pessoas.
Empresas privadas chinesas também começam a caçar alvos. A Fosun International disse no mês passado em comunicado que o conglomerado chinês buscará oportunidades de investimento em todo o mundo em meio à queda do preço dos ativos durante a pandemia. A Shanghai Yuyuan Tourist Mart, uma unidade da Fosun listada em Xangai, recentemente anunciou a aquisição de 55,4% da joalheria francesa Djula por 210 milhões de yuans (US$ 30 milhões).
"Ainda pode ser cedo, mas esperamos ver um aumento gradual da atividade no segundo semestre do ano por parte de empresas chinesas que tentam fazer negócios na região da Ásia-Pacífico e no exterior", disse por telefone Yang Wang, sócio do escritório de advocacia Dechert, em Hong Kong.
Um banqueiro consultado por investidores chineses disse que as empresas avaliam ativos em regiões consideradas favoráveis à China, incluindo o sul da Europa, América do Sul, África e Oriente Médio.
©2020 Bloomberg L.P.
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