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Mercado de commodities da China dá sinais de recuperação

Dan Murtaugh, Alfred Cang e Krystal Chia

07/04/2020 14h35

(Bloomberg) -- Do petróleo ao cobre e ao carvão, a gigantesca indústria de commodities da China sinaliza que a primeira economia a ser atingida pelo coronavírus está perto de voltar à normalidade.

A Bloomberg Economics estima que a maior parte da China, cerca de 90% a 95%, já havia retomado as atividades na semana passada, com ritmo mais acelerado no mercado de aço, setor de construção e processamento de petróleo. As refinarias de petróleo, bem como usinas a carvão, se aproximam das taxas operacionais do ano passado, enquanto os estoques de metais começam a encolher em relação a níveis recordes ou quase recordes. É um ciclo de três meses de colapso e recuperação marcado talvez pela conquista mais animadora para países que ainda enfrentam o vírus: pela primeira vez desde janeiro, a China não registrou nenhuma morte por Covid-19.

Na estrada

Motoristas da China retornaram às estradas em maior número do que na mesma época do ano passado, pois o distanciamento social incentiva mais pessoas a usarem seus próprios carros em vez do transporte público, de acordo com a BloombergNEF.

A diferença é que os motoristas parecem evitar viagens não essenciais. Isso é evidenciado pelos dados de congestionamento do índice TomTom Traffic, que mostra queda vertiginosa fora da hora do rush, e pelo tráfego em rodovias durante o feriado do fim de semana passado. O número de veículos estava muito abaixo do ano passado, pois o governo aconselhou as pessoas a ficarem longe de cemitérios ancestrais.

Estoques

O mercado chinês de cobre dá sinais de recuperação, o que é um indicador útil para a economia em geral, devido ao uso do metal na construção e transmissão de energia. Os estoques monitorados pela Bolsa de Futuros de Xangai caíram pela terceira semana em relação a um nível recorde, enquanto as reservas da Bolsa de Metais de Londres também diminuíram.

O estoque de vergalhões de aço também está em queda na China após o aumento recorde devido à prolongada pausa das atividades de construção.

Os estoques se acumularam quando siderúrgicas tentavam embarcar produtos em meio a restrições logísticas e de transporte. Ainda assim, analistas alertam que, apesar da queda, os estoques ainda estão em níveis elevados e as siderúrgicas enfrentam margens apertadas.

Esmagadoras

Processadoras de soja na China enfrentam restrições de oferta desde março devido às restrições de importações relacionadas ao vírus, com volumes de esmagamento semanal entre 1,4 milhão a 1,5 milhão de toneladas, segundo operadores. Esse volume deve se recuperar para cerca de 1,8 milhão de toneladas na segunda quinzena deste mês, à medida que mais grãos chegarem do exterior, disseram traders que não quiseram ser identificados.

©2020 Bloomberg L.P.