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Gestores socialmente responsáveis investem contra o racismo

18/06/2020 13h03

(Bloomberg) -- Um grupo de gestores socialmente responsáveis, que pressiona as empresas a abordar questões como disparidades de remuneração entre gêneros e pegadas de carbono, planeja direcionar mais de seus recursos para empresas que promovem a igualdade racial.

"Reconhecemos que a comunidade de investidores contribuiu e se beneficiou dos sistemas racistas", afirmou a coalizão Racial Justice Investing em comunicado. "Portanto, assumimos a responsabilidade e comprometemo-nos a prestar contas pelo desmantelamento do racismo sistêmico e a promover a equidade e a justiça racial por meio de nossos investimentos e trabalho".

Como parte do processo de tomada de decisão de investimento, a coalizão disse que analisará as participações em portfólios para identificar as empresas que "reforçam o racismo sistêmico." O objetivo é garantir a diversidade e a imparcialidade de uma empresa no recrutamento, promoções e remuneração, encerrando os negócios com entidades que apóiam a "supremacia branca".

A coalizão, iniciada em 2017, possui mais de 250 investidores socialmente responsáveis. Seus membros incluem o Domini Impact Investments, um dos pioneiros do investimento responsável, além de Zevin Asset Management e a Fundação Nathan Cummings.

"O racismo permeia tudo e é a base de nossa economia", disse Pat Tomaino, diretor de investimentos socialmente responsáveis da Zevin Asset Management, com sede em Boston, que supervisiona cerca de US$ 500 milhões.

A decisão da coalizão de abordar as desigualdades raciais foi tomada em conjunto com o Centro Inter-religioso de Responsabilidade Corporativa, cujos 300 membros administram coletivamente mais de US$ 500 bilhões. Os membros do Centro Inter-religioso que assinaram o compromisso incluem Boston Common Asset Management, NorthStar Asset Management e Trillium Asset Management.

Embora esses investidores sejam geralmente pequenos em termos de ativos sob gestão, eles levantam questões que geralmente são apoiadas por empresas de investimento maiores. Nos últimos anos, grandes planos de aposentadoria levaram bancos e outras empresas a lidar com questões relacionadas a pegadas de carbono e disparidades salariais entre homens e mulheres, resultando em mudanças corporativas.

A coalizão disse que continuará responsabilizando as empresas de tecnologia pela venda de software de reconhecimento facial para a aplicação de leis; empresas financeiras por seu papel em supostas discriminações em empréstimos; e empresas de energia pela construção de instalações poluidoras próximas a bairros de minorias.

O grupo também disse que se compromete a reinvestir mais em desenvolvimento de projetos liderados por negros.

©2020 Bloomberg L.P.