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Donos de US$ 74 trilhões questionam taxas de gestão de fortunas

Homem segura maço de notas de US$ 100 - Gerd Altmann/ Pixabay
Homem segura maço de notas de US$ 100 Imagem: Gerd Altmann/ Pixabay

Tom Metcalf

09/07/2020 08h05

Mesmo antes do colapso dos mercados este ano, os clientes mais ricos estavam insatisfeitos com as taxas cobradas pela gestão de fortunas.

Um terço dos indivíduos com mais de US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões) em ativos que podem ser investidos manifestou essa insatisfação em 2019, segundo o Relatório Mundial de Patrimônio 2020 da Capgemini SE. Esse desconforto deve se intensificar em meio à volatilidade atual dos mercados.

A pesquisa feita com mais de 2.500 pessoas descobriu que aproximadamente uma em cinco planeja trocar sua principal gestora de patrimônio no próximo ano, citando como maior razão as taxas elevadas cobradas por essas instituições. É mais um sinal de pressão sobre o setor, que enfrenta o surgimento de concorrentes digitais além dos clientes resistentes aos custos.

A maioria dos investidores não estava satisfeita com a qualidade das informações personalizadas recebidas, e cerca de três quartos dos entrevistados considerariam propostas de prestadores não tradicionais, como as grandes empresas de tecnologia.

O descontentamento aumenta mesmo enquanto os ricos ficam mais ricos. O relatório estima que o patrimônio líquido dos indivíduos ricos subiu para US$ 74 trilhões (R$ 395,7 trilhões) no final de 2019, uma alta de 8,7% em relação a 2018, e comparado a US$ 46 trilhões (R$ 246 trilhões) em dezembro de 2012.

A população mundial de milionários é de quase 20 milhões, incluindo 183.400 com patrimônio líquido superior a US$ 30 milhões (R$ 160 milhões). O contingente de milionários somava 18 milhões em 2018 e 12 milhões em 2012.

Pela primeira vez desde 2012, a região Ásia-Pacífico não liderou o crescimento de fortunas no ano passado, e sim a América do Norte. Somente os EUA tinham 5,9 milhões de milionários no final de 2019, vindo de 5,3 milhões em 2018 e mais do que qualquer outro país. Em segundo lugar veio o Japão, com 3,4 milhões de milionários, seguido por Alemanha, China e França.

Os ricos deram preferência a investimentos no mercado acionário nos dois primeiros meses de 2020, alocando 30% de seus ativos em ações, 17% em renda fixa, 15% em imóveis, 13% em investimentos alternativos e deixando 25% como dinheiro em caixa.

A pesquisa apontou algumas áreas promissoras de crescimento para o setor de gestão de fortunas. Indivíduos com menos de 40 anos são muito mais dispostos a pagar por serviços de valor agregado, como assessoria para investimentos imobiliários e planejamento tributário. Investimentos sustentáveis são outro ponto de atenção, especialmente para os investidores mais ricos.