Asiana opera voo com A380 vazio para manter pilotos certificados
(Bloomberg) -- Companhias aéreas tomam medidas extremas para sobreviver à pandemia. Na Asiana Airlines, por exemplo, o maior avião comercial do mundo voou mais de 20 vezes, indo para lugar nenhum e sem passageiros, apenas para manter pilotos certificados.
Manter a tripulação pronta para voar é um dos desafios que as áreas enfrentam com a crise sem precedentes que mantém mais de 30% da frota mundial aterrada.
O A380 da Airbus vazio sobrevoou a Coreia do Sul por algumas horas diariamente durante três dias em maio, para permitir que pilotos do superjumbo de 495 lugares praticassem decolagem e pouso. A alternativa - uma viagem à Tailândia para usar um simulador da Thai Airways International - foi barrada por causa de proibições de viagens, disse um porta-voz da Asiana.
"As decolagens e pousos deste avião custam muito dinheiro, e é dinheiro que precisa ser usado com sabedoria, especialmente nos dias de hoje", disse Um Kyung-a, analista da Shinyoung Securities, em Seul. "A Asiana está em dificuldades porque também não pode permitir que os pilotos percam suas licenças."
A Asiana tinha outros 135 pilotos que não tinham tempo de voo suficiente em seus seis A380, mas não podia se dar ao luxo de continuar operando o jato vazio. No final, o Ministério dos Transportes do país estendeu as credenciais de voo dos pilotos como isenção especial. A All Nippon Airways, que opera dois A380, recebeu uma extensão semelhante da autoridade de aviação do Japão.
A maioria das grandes operadoras do A380, como a rival Korean Air Lines da Asiana, tem seus próprios simuladores.
A Organização da Aviação Civil Internacional forneceu diretrizes sobre como ajudar pilotos a manterem suas habilidades. Normalmente, os pilotos devem ter decolado e pousado uma aeronave pelo menos três vezes nos últimos 90 dias para manter a licença.
©2020 Bloomberg L.P.
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