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Mercosul e Aliança do Pacífico não são contraditórios, diz ministro chileno

04/11/2014 19h05

São Paulo, 4 nov (EFE).- O Mercosul e a Aliança do Pacífico não são blocos contraditórios, afirmou nesta terça-feira em São Paulo o ministro da Economia do Chile, Luis Felipe Céspedes, que faz uma visita de promoção comercial pelo Brasil.

"Os dois blocos não são contraditórios, são consistentes e, por isso, estamos promovendo o trabalho conjunto destas duas instâncias para a integração econômica", declarou Céspedes à Agência Efe após sua participação no seminário "Brasil-Chile, ampliando negócios e investimentos", realizado em São Paulo.

Por iniciativa da presidente chilena, Michelle Bachelet, o Mercosul (composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e a Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile) terão um encontro de chanceleres no dia 24 de novembro em Santiago.

O seminário em São Paulo, organizado pelas agências oficiais ProChile (exportações) e CieChile (investimentos) e as associações empresariais Sofofa, chilena, e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) abordou possibilidades de negócios bilaterais.

Nesse sentido, Céspedes ressaltou que Bachelet propôs uma "agenda transformadora de longo prazo" nos planos energéticos, tributários e educativos e avaliou que a promoção de produtos chilenos para o mundo visa diminuir a "má distribuição de renda".

Segundo ele, a oportunidade para o Brasil, quarto maior parceiro comercial do Chile, atrás de China, Estados Unidos e Japão, é ter no país vizinho uma possibilidade exportadora para a região Ásia-Pacífico.

De acordo com os dados da ProChile, a agência de promoção exportadora chilena, o fluxo comercial bilateral em 2013 foi de US$ 9,288 bilhões, com US$ 4,853 bilhões de exportações brasileiras.

As vendas chilenas ao Brasil aumentaram 11% nos primeiros nove meses de 2014, nas quais pela primeira vez 56% do volume exportado pelo Chile correspondeu a produtos diferentes do cobre.

"O Brasil é um parceiro extremamente relevante. O Chile tem uma logística privilegiada, tem acordos de livre-comércio com 85% do que se produz no mundo e é uma plataforma interessante com eficiência para chegar aos mercados internacionais", comentou Céspedes.

Segundo o ministro, o desenvolvimento de inovação e tecnologia deverá dar ao Chile um salto produtivo, sobretudo no setor que mais domina historicamente, a produção de cobre.

"Queremos investimentos para desenvolver a robótica e a tecnologia a serviço da mineração, não apenas do cobre", disse Céspedes, citando como exemplo deste avanço a Austrália.