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Lagarde será julgada por caso de negligência quando era ministra na França

Xinhua
Imagem: Xinhua

17/12/2015 15h09

Paris, 17 dez (EFE).- A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, será julgada por sua suposta "negligência" na indenização milionária concedida pela França ao empresário Bernard Tapie em 2007, quando ela era ministra da Economia.

Seu advogado, Yves Repiquet, afirmou à emissora "i-Télé" que a decisão é "incompreensível", já que a procuradoria tinha solicitado à Corte de Justiça da República que desprezasse o caso, e antecipou que recomendará a Lagarde que apele da decisão da comissão de instrução do Tribunal.

Lagarde foi indiciada em agosto de 2014 por sua suposta negligência na designação de um tribunal de arbitragem privado que concedeu uma indenização de 403 milhões de euros ao empresário, conhecido por sua amizade com o então presidente francês, o conservador Nicolas Sarkozy.

Essa arbitragem devia decidir se Tapie tinha sido prejudicado pela venda da empresa de equipamento esportivo Adidas nos anos 90.

Confiscada de Tapie, essa empresa foi vendida pelo banco público Crédit Lyonnais por um preço muito inferior ao de mercado, segundo Tapie, que reivindicava ao Estado uma indenização.

Após quase duas décadas de litígios, durante o mandato presidencial de Sarkozy o governo decidiu que o caso deveria ser resolvido por um tribunal de arbitragem, que decidiu contra o Estado e a favor do empresário.

Mas os magistrados da Corte de Justiça da República, única instância pagadora na França para julgar supostos delitos cometidos por ministros em sua etapa de governo, suspeitam que a designação desse tribunal privado pôde ter sido decidida com intenção de favorecer Tapie.

No caso também estão acusados, entre outros, o ex-chefe de gabinete de Lagarde em 2007 e atual presidente do operador de telecomunicações Orange, Stéphane Richard, e o próprio Tapie, em ambos casos por "fraude em grupo organizado".

Quando soube de seu indiciamento, Lagarde anunciou que não renunciaria como diretora-gerente do FMI, e recebeu o respaldo da instituição econômica.

Se for confirmada sua culpabilidade, Lagarde estará sujeita a uma pena de até um ano de prisão e 15 mil euros de multa.