Manifestantes protestam em Atenas contra reforma da previdência
Atenas, 8 jan (EFE).- Mais mil pessoas se manifestaram nesta sexta-feira em Atenas contra a reforma da previdência proposta pelo Executivo grego, ação que foi ofuscada por alguns incidentes violentos.
Com slogans "Não a lei da guilhotina" e "Não ao consenso e à submissão, desobediência e luta de classe", os manifestantes, em sua maioria aposentados, marcharam depois em direção a sede do governo.
"Minha pensão foi cortada em 25% nos seis anos da crise", declarou à Agência Efe +Zanasis+, de 72 anos, operário da construção aposentado que, após 44 anos de contribuição, recebe 700 euros mensais.
"Não os interessa fazer reformas. Que fizeram contra a sonegação fiscal? Nada. Só cortam salários e pensões, igual os (governos) anteriores", comentou Nikos, de 50 anos, funcionário no Ministério do Interior.
A manifestação tinha sido convocada pelo sindicato +PAME+, ligado ao Partido Comunista +KKE+.
Na Praça de +Syntagma+, um grupo de pessoas contra o parlamento tentou romper o cordão policial que os impedia de continuar sua passeata até a sede do governo, e entrou em conflito com as forças de segurança.
A polícia respondeu fazendo uso de gás lacrimogêneo, mas não prendeu ninguém.
No começo da manhã, uma centena de militantes de +PAME+ já tinham surpreendido a polícia ao se reunirem diretamente em frente à sede do governo, e levavam cartazes em que criticavam as reformas do Executivo do esquerdista Alexis Tsipras.
Um protesto posterior, convocado pelo sindicato de funcionários, teve pouca participação.
O sindicato do setor privado, por sua vez, emitiu um comunicado em que acusou o governo de "dialogar só com quem está de acordo com ele" e anunciou uma conferência nacional em 15 de janeiro para decidir sobre as mobilizações que organizará "para evitar o pior".
O ministro do Trabalho, Yorgos Katrugalos, defendeu o projeto de reforma em entrevista coletiva e reforçou que o atual sistema de previdência grego "não é sustentável, nem justo, porque não oferece a mesma proteção para todos".
O ministro reconheceu que o estado da economia grega mal permite pagar as pensões atuais e garantiu que a reforma beneficiará os mais pobres.
Ontem o governo recebeu o apoio à reforma da maioria das organizações patronais.
Em comunicado comum, após a reunião com Tsipras, os presidentes das patronais aceitaram uma alta moderada de sua contribuição para a previdência dos empregadores.
A proposta do governo contempla um aumento de 0,5% da contribuição à previdência suplementar para os trabalhadores e de 1% para os patrões.
A reforma que o Executivo grego enviou aos credores, além de elevar a idade de aposentadoria para os 67 anos, prevê manter até 2018 a pensão dos que já estão aposentados, mas inclui reduções de entre 15% e 30% para os que se aposentarem a partir deste ano.
O sistema proposto se baseia em uma previdência estatal garantida de 384 euros, à qual se somaria uma segundam, calculada com base na média salarial dos anos trabalhados, de modo que o aposentado possa receber em torno de 60% de sua renda média durante sua vida laboral. EFE
yc/cd
Com slogans "Não a lei da guilhotina" e "Não ao consenso e à submissão, desobediência e luta de classe", os manifestantes, em sua maioria aposentados, marcharam depois em direção a sede do governo.
"Minha pensão foi cortada em 25% nos seis anos da crise", declarou à Agência Efe +Zanasis+, de 72 anos, operário da construção aposentado que, após 44 anos de contribuição, recebe 700 euros mensais.
"Não os interessa fazer reformas. Que fizeram contra a sonegação fiscal? Nada. Só cortam salários e pensões, igual os (governos) anteriores", comentou Nikos, de 50 anos, funcionário no Ministério do Interior.
A manifestação tinha sido convocada pelo sindicato +PAME+, ligado ao Partido Comunista +KKE+.
Na Praça de +Syntagma+, um grupo de pessoas contra o parlamento tentou romper o cordão policial que os impedia de continuar sua passeata até a sede do governo, e entrou em conflito com as forças de segurança.
A polícia respondeu fazendo uso de gás lacrimogêneo, mas não prendeu ninguém.
No começo da manhã, uma centena de militantes de +PAME+ já tinham surpreendido a polícia ao se reunirem diretamente em frente à sede do governo, e levavam cartazes em que criticavam as reformas do Executivo do esquerdista Alexis Tsipras.
Um protesto posterior, convocado pelo sindicato de funcionários, teve pouca participação.
O sindicato do setor privado, por sua vez, emitiu um comunicado em que acusou o governo de "dialogar só com quem está de acordo com ele" e anunciou uma conferência nacional em 15 de janeiro para decidir sobre as mobilizações que organizará "para evitar o pior".
O ministro do Trabalho, Yorgos Katrugalos, defendeu o projeto de reforma em entrevista coletiva e reforçou que o atual sistema de previdência grego "não é sustentável, nem justo, porque não oferece a mesma proteção para todos".
O ministro reconheceu que o estado da economia grega mal permite pagar as pensões atuais e garantiu que a reforma beneficiará os mais pobres.
Ontem o governo recebeu o apoio à reforma da maioria das organizações patronais.
Em comunicado comum, após a reunião com Tsipras, os presidentes das patronais aceitaram uma alta moderada de sua contribuição para a previdência dos empregadores.
A proposta do governo contempla um aumento de 0,5% da contribuição à previdência suplementar para os trabalhadores e de 1% para os patrões.
A reforma que o Executivo grego enviou aos credores, além de elevar a idade de aposentadoria para os 67 anos, prevê manter até 2018 a pensão dos que já estão aposentados, mas inclui reduções de entre 15% e 30% para os que se aposentarem a partir deste ano.
O sistema proposto se baseia em uma previdência estatal garantida de 384 euros, à qual se somaria uma segundam, calculada com base na média salarial dos anos trabalhados, de modo que o aposentado possa receber em torno de 60% de sua renda média durante sua vida laboral. EFE
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