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Companhias aéreas dos EUA oferecem troca de voos a grávidas por temor ao zika

27/01/2016 21h56

(Atualiza com comunicado da Latam Airlines).

San Juan, 27 jan (EFE).- Várias companhias aéreas dos Estados Unidos ofereceram troca de voos e algumas, inclusive, o reembolso das passagens às mulheres grávidas que tinham previsto viajar para países do Caribe e América Latina afetados pelo zika vírus, que pode estar vinculado ao nascimento de crianças com microcefalia.

O Departamento de Comunicações da American Airlines disse nesta quarta-feira à Agência Efe em comunicado escrito que sua política, "implementada desde segunda-feira, permitirá que as clientes recebam reembolso se for fornecida uma notificação médica de que não podem viajar para um destes países por gravidez".

A lista de lugares que esta empresa aérea inclui em seu alerta são Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Porto Rico e Venezuela.

Além disso, a maior companhia aérea do mundo garantiu que seguirá "observando a situação e serão feitas mudanças em nossa política atual caso seja necessário".

Meios de comunicação americanos como "USA Today" e "NBC News" asseguram que outras companhias aéreas como United Airlines e a Latam Airlines, entre outras, também tomaram medidas similares.

Em comunicado, as empresas do Grupo Latam (TAM e LAN) informaram à Efe que estão oferecendo alternativas para passageiras com viagens internacionais para os seguintes países: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Suriname e Venezuela.

Passageiras grávidas com viagem já iniciada para os destinos citados poderão adiantar o retorno sem cobranças adicionais, de acordo com a disponibilidade de assentos, explicou a Latam na nota. Já aquelas que ainda não iniciaram viagem a esses locais têm a opção de alterar o destino do voo (sujeito ao pagamento de possíveis diferenças de tarifas) ou solicitar o reembolso do bilhete.

Para usufruir do benefício, a empresa pede que a passageira apresente declaração médica citando as semanas de gestação. As mesmas facilidades serão concedidas aos acompanhantes que estejam viajando com a passageira grávida no mesmo voo, informou a Latam.

Estas decisões foram divulgadas um dia depois que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) emitiu um alerta de viagem. O alerta pede aos viajantes, especialmente às mulheres grávidas, "que tomem precauções reforçadas" se viajarem aos países afetados pelo vírus.

No caso da United Airlines, segundo o "USA Today", a política de reembolso ou trocas de itinerário incluem Barbados, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, a Guiana Francesa, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Martinica, México, Paraguai, Panamá, Porto Rico, San Martín, Suriname e Venezuela.

Um porta-voz da Organização Caribenha de Turismo garantiu que "estão sendo observadas as medidas tomadas pelas companhias aéreas americanas com atenção", e reconheceu que "possivelmente terão repercussões negativas para a economia e o turismo" na região.

A infecção pelo vírus do zika tem como causa a picada de mosquitos infectados do gênero Aedes aegypti (também responsável pela dengue e a chicungunha), e costuma gerar febre leve, manchas na pele, conjuntivites e dores musculares.

Até o momento não existe nenhuma vacina para prevenir o contágio, nem remédios específicos para tratar a doença, que em quatro de cada cinco casos não apresenta sintomas, de acordo com os CDC.

Embora as consequências do zika não costumam ser graves, a doença foi ligada ao nascimento de crianças com microcefalia, no entanto, por enquanto não há nada comprovado.

As precauções tomadas pelas companhias aéreas com relação ao zika vírus não foram tomadas com a recente aparição da chicungunha na região e nem com a dengue, ambas transmitidas pelo mesmo mosquito. EFE

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