Latinos em busca de visto incentivam construção e gastronomia nos EUA
Ivonne Malaver.
Miami (EUA), 6 out (EFE).- Cada vez mais latino-americanos decidem investir na Flórida, especialmente nos setores de construção, gastronomia e saúde, como uma maneira de garantir seu status migratório e o de suas famílias.
O aumento é contínuo, especialmente com investidores de Brasil, Colômbia, México e Venezuela, que aproveitam os cotas disponíveis do visto de investidor EB-5, disse à Agência Efe Julian Montero, advogado de direito comercial corporativo internacional.
Há dois anos o engenheiro civil Juan Soto encontrou nesse programa oficial a oportunidade de emigrar do México "legalmente e tendo os direitos que todo cidadão quer ter nos Estados Unidos".
O mexicano foi um de 20 investidores de um projeto de escritórios em Miami, com o qual já obteve a residência provisória para ele, sua esposa e os dois filhos, menores de 21 anos.
"Se você conta com uma pessoa especialista que te oriente em um bom projeto e com um bom desenvolvedor, o risco é mínimo, realmente não tem que fazer nada além do investimento", contou.
Soto, que investiu US$ 500 mil, a quantia mínima permitida para a obtenção do visto EB-5, espera conseguir em dois anos não só a residência permanente para todos, mas recuperar o investimento.
Através de "centros regionais", regulados pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), investidores como Soto se conectam com projetos empresariais ávidos de financiamento.
Roger Bernstein, responsável por um desses centros em Miami, disse que a Flórida é um dos estados que está recebendo mais capital via EB-5 nos últimos cinco anos e ocupa o terceiro lugar, atrás somente de Nova York e Califórnia.
O advogado "recruta" atualmente investidores EB-5 para expandir negócios culinários, especificamente busca um total de US$ 20 milhões em financiamento para dois projetos destinados a abrir novas filiais dos restaurantes Tap 42 e Meat Market Steakhouse no sul da Flórida.
"Seu advogado de negócios é ao mesmo tempo seu advogado de imigração", afirmou Soto, que emigrou do México por considerar que não era um país seguro para sua família devido ao crime organizado.
Montero explicou que o USCIS entrega os vistos por cotas, dependendo do país, mas cada um recebe pelo menos 700 de um total de 10 mil cotas anuais, que foram obtidas historicamente, em mais de um 80%, por milionários chineses.
No entanto, cada vez mais investidores latino-americanos aproveitam estas cotas e, ao mesmo tempo, se transformam em novos incentivadores de projetos EB-5 entre seus compatriotas.
Em 2008 os fundos EB-5 foram uma "alternativa" ao financiamento bancário para o empresário venezuelano Rodrigo Azpurua, que se viu em apuros para empreender um projeto imobiliário durante a crise hipotecária nos EUA.
"Depois da crise bancária de 2008 não havia capital disponível para a construção, mas existia demanda para espaços de escritórios", lembrou Azpurua, que desde então viaja constantemente à América Latina em busca de investidores.
"É um círculo positivo da economia", explicou Montero, que alertou, no entanto, que o caminho do EB-5 pode ser um "risco sério" se não houver um plano sólido de negócios.
"Há projetos extraordinários e projetos péssimos", esclareceu Montero, que administrou este tipo de planos durante uma década.
No entanto, ele disse que os investidores EB-5 são pessoas "sofisticadas".
Assim que o investidor escolhe o projeto, os advogados preparam tanto o trâmite migratório como o plano de investimentos que garanta a criação de pelo menos dez empregos de tempo integral por investidor (sem incluir familiares).
O rendimento, enfatizou Montero, costuma ser de 0,5% a 1%, e o retorno do investimento ocorre em cinco ou seis anos.
Enquanto isso, as aprovações a cargo do USCIS superam 80%, o que para Montero representa um sinal do sucesso do programa.
"Para estas solicitações serem aprovadas, é preciso conseguir a construção (da obra) e a geração de empregos para que a residência (migratória) seja permanente. Isso indica que essa mesma porcentagem de projetos do EB-5 teve sucesso comercial", afirmou o especialista. EFE
ims/id
Miami (EUA), 6 out (EFE).- Cada vez mais latino-americanos decidem investir na Flórida, especialmente nos setores de construção, gastronomia e saúde, como uma maneira de garantir seu status migratório e o de suas famílias.
O aumento é contínuo, especialmente com investidores de Brasil, Colômbia, México e Venezuela, que aproveitam os cotas disponíveis do visto de investidor EB-5, disse à Agência Efe Julian Montero, advogado de direito comercial corporativo internacional.
Há dois anos o engenheiro civil Juan Soto encontrou nesse programa oficial a oportunidade de emigrar do México "legalmente e tendo os direitos que todo cidadão quer ter nos Estados Unidos".
O mexicano foi um de 20 investidores de um projeto de escritórios em Miami, com o qual já obteve a residência provisória para ele, sua esposa e os dois filhos, menores de 21 anos.
"Se você conta com uma pessoa especialista que te oriente em um bom projeto e com um bom desenvolvedor, o risco é mínimo, realmente não tem que fazer nada além do investimento", contou.
Soto, que investiu US$ 500 mil, a quantia mínima permitida para a obtenção do visto EB-5, espera conseguir em dois anos não só a residência permanente para todos, mas recuperar o investimento.
Através de "centros regionais", regulados pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), investidores como Soto se conectam com projetos empresariais ávidos de financiamento.
Roger Bernstein, responsável por um desses centros em Miami, disse que a Flórida é um dos estados que está recebendo mais capital via EB-5 nos últimos cinco anos e ocupa o terceiro lugar, atrás somente de Nova York e Califórnia.
O advogado "recruta" atualmente investidores EB-5 para expandir negócios culinários, especificamente busca um total de US$ 20 milhões em financiamento para dois projetos destinados a abrir novas filiais dos restaurantes Tap 42 e Meat Market Steakhouse no sul da Flórida.
"Seu advogado de negócios é ao mesmo tempo seu advogado de imigração", afirmou Soto, que emigrou do México por considerar que não era um país seguro para sua família devido ao crime organizado.
Montero explicou que o USCIS entrega os vistos por cotas, dependendo do país, mas cada um recebe pelo menos 700 de um total de 10 mil cotas anuais, que foram obtidas historicamente, em mais de um 80%, por milionários chineses.
No entanto, cada vez mais investidores latino-americanos aproveitam estas cotas e, ao mesmo tempo, se transformam em novos incentivadores de projetos EB-5 entre seus compatriotas.
Em 2008 os fundos EB-5 foram uma "alternativa" ao financiamento bancário para o empresário venezuelano Rodrigo Azpurua, que se viu em apuros para empreender um projeto imobiliário durante a crise hipotecária nos EUA.
"Depois da crise bancária de 2008 não havia capital disponível para a construção, mas existia demanda para espaços de escritórios", lembrou Azpurua, que desde então viaja constantemente à América Latina em busca de investidores.
"É um círculo positivo da economia", explicou Montero, que alertou, no entanto, que o caminho do EB-5 pode ser um "risco sério" se não houver um plano sólido de negócios.
"Há projetos extraordinários e projetos péssimos", esclareceu Montero, que administrou este tipo de planos durante uma década.
No entanto, ele disse que os investidores EB-5 são pessoas "sofisticadas".
Assim que o investidor escolhe o projeto, os advogados preparam tanto o trâmite migratório como o plano de investimentos que garanta a criação de pelo menos dez empregos de tempo integral por investidor (sem incluir familiares).
O rendimento, enfatizou Montero, costuma ser de 0,5% a 1%, e o retorno do investimento ocorre em cinco ou seis anos.
Enquanto isso, as aprovações a cargo do USCIS superam 80%, o que para Montero representa um sinal do sucesso do programa.
"Para estas solicitações serem aprovadas, é preciso conseguir a construção (da obra) e a geração de empregos para que a residência (migratória) seja permanente. Isso indica que essa mesma porcentagem de projetos do EB-5 teve sucesso comercial", afirmou o especialista. EFE
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