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Empresa sul-coreana desenvolve aplicativo para "clonar" celebridades

13/07/2017 10h02

Andrés Sánchez Braun.

Seul, 13 jul (EFE).- Interagir na câmera do celular com o avatar de um jogador ou de uma atriz famosa, do namorado que mora longe ou, por que não, de um familiar falecido. Uma empresa sul-coreana torna isso realidade com um aplicativo que mistura inteligência artificial e tecnologia 3D.

"Tudo começou como uma ideia para poder incluir celebridades em vídeos e fotos capturadas com o smartphone", explica à Agência Efe um funcionário da Elrois, a empresa que desenvolveu este produto chamado "With me" ("Comigo" em inglês) em seus escritórios do sul de Seul.

A loucura que os chamados "idols" (estrelas do K-pop ou das populares telenovelas) despertam na Coreia do Sul foi o que levou a Elrois, fundada em 2013, a trabalhar na criação de um aplicativo que, em princípio, seria planejado em inglês e para um público global.

Ainda que os famosos tenham sido a origem da ideia, a equipe de desenvolvimento começou a pensar que também seria divertido usar o "With me" para poder introduzir em fotos, por exemplo, "um amigo que não pôde vir a uma viagem ou a uma festa", explicam.

"Então pensei na minha avó, que faleceu há pouco tempo, e comentei que seria genial escanear suas fotos para poder colocá-la em imagens atuais", comenta Lim Eun-jin, da equipe de desenvolvimento.

O grupo adotou esta última ideia e a publicou em seu blog de desenvolvimento na internet sem pensar que o conceito ficaria até mais forte entre o público e geraria debate.

"As pessoas começaram a comentar na rede que parece um aplicativo pensado para um episódio de 'Black Mirror' (série de TV britânica que levanta histórias distópicas sobre o uso de novas tecnologias ainda por inventar)!", acrescenta Lim entre risos.

Seja para ressuscitar os mortos ou para aparecer beijando um cantor famoso, o "With me" estará disponível para os usuários de smartphone no final deste ano, conta Kwak Ji-hoon, gerente da equipe de planejamento.

O aplicativo usa um escaneamento em 3D, ao qual é acrescentado o que chamam de sistema de equipamento - "um esqueleto" tridimensional que é usado como base para animar a pessoa ou objeto escaneado - e um programa de inteligência artificial (IA).

Kwak detalha que, para criar um avatar, é possível usar um dispositivo de escaneamento em 3D (inclusive os que já existem em alguns telefones de última geração ou que podem ser adquiridos em forma de aplicativo) para depois enviá-lo ao site da empresa e então baixá-lo para o telefone.

O usuário introduz em seguida seu nome e tira uma "selfie" para que a IA do avatar seja capaz de se dirigir a ele e identificá-lo através do reconhecimento facial.

O resultado é um clone virtual que é capaz de adivinhar a idade do usuário de forma surpreendente.

Com um clique na tela é possível conversar (em inglês) com o avatar para pedir um beijo, dizer "I love you" ou também comunicar que estamos irritados com ele.

O clone digital compreende os comandos de voz num instante e responde juntando os punhos, ficando com raiva (também em inglês) ou posando com um braço arqueado para assim formar um coração com o braço do próprio usuário (um gesto típico entre os casais jovens asiáticos em fotografias).

"Existem muitos aplicativos para criar avatares, mas nós somos a primeira empresa que vai comercializar a possibilidade de ter interação visualizada com um destes clones", diz Kwak, cuja companhia espera usar esta tecnologia em outros campos (como nos videogames, por exemplo) daqui a dois ou três anos.