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China fala de guerra comercial com EUA se Trump iniciar investigações ao país

14/08/2017 09h10

Pequim, 14 ago (EFE).- O Governo da China falou nesta segunda-feira de uma possível "guerra comercial" com os EUA se Washington iniciar investigações contra supostas violações chinesas no comércio bilateral, algo que segundo o presidente Donald Trump antecipou a seu colega Xi Jinping poderia começar hoje.

"China e Estados Unidos têm interesses entrelaçados e uma guerra comercial não tem futuro, o seu único resultado seria uma perda para todos", apontou hoje em coletiva de imprensa a porta-voz de Assuntos Exteriores chinesa, Hua Chunying.

A porta-voz encorajou os Estados Unidos a continuar trabalhando com a China para alcançar relações econômicas estáveis e pediu a Washington que não utilize o conflito na Coreia do Norte como arma para pressionar Pequim em questões comerciais.

"São assuntos totalmente diferentes, e não é apropriado usar um como ferramenta para pressionar no outro", afirmou Hua.

Espera-se que hoje Trump ordene ao representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, o início de uma investigação perante possíveis violações por parte da China, tais como o roubo de patentes e a transferência forçada de propriedade intelectual.

Especialistas chineses citados hoje pelo jornal governista "Global Times" também alertaram sobre o perigo desta investigação.

"Pode piorar a fricção comercial entre os dois países e pôr em perigo os resultados do primeiro diálogo econômico global", apontou o vice-presidente da Sociedade a China para os Estudos da Organização Mundial do Comércio, Huo Jianguo.

"Não é uma surpresa que Trump esteja tomando medidas contra a China em relação com o comércio. O desequilíbrio comercial chinês-americano significa que a China enfrentará muito atrito comercial com os EUA durante a presidência de Trump", acrescentou Jin Canrong, especialista em diplomacia na Universidade Popular.

"Se os Estados Unidos utilizarem a Seção 301 para pressionar a China, os países da rede de exportação da China, incluídos os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, seriam afetados", sublinhou por sua vez Liu Ligang, economista-chefe da China no Citigroup.