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Patronal venezuelana diz que Constituinte transformará causas da crise em lei

20/08/2017 19h25

Caracas, 20 ago (EFE).- O presidente da patronal venezuelana Fedecámaras, Carlos Larrazábal, lamentou neste domingo que a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) queira transformar "as causas" da crise econômica nacional em "lei da República".

"O modelo que temos atualmente levou todos nós, sem exceção, à pobreza. E nos preocupa excessivamente que a ANC busque continuar aprofundando as causas do problema. Em vez de conseguir soluções, vai aprofundar os problemas que temos na atualidade", declarou Larrazábal em uma entrevista à emissora "Televen".

Larrazábal atribuiu a inflação galopante e a grave crise de desabastecimento no país a "políticas cambiais que asfixiam a empresa privada", a controles "de preço que quebram as companhias "e a um excesso de regulação que não "permite praticamente operar" os negócios.

Instaurada pelo governo apesar do boicote da oposição e dos setores sociais e a rejeição internacional, a ANC tem poderes plenos para fundar o Estado e cumprir sua missão de manter o "socialismo do século XXI" iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez na Venezuela.

Nomes importantes do oficialismo, entre eles o do próprio presidente do país, Nicolás Maduro, anteciparam que a Constituinte reforçará controles de preços e novas medidas econômicas que dão protagonismo ao Estado para enfrentar uma crise pela qual responsabiliza uma "guerra econômica" do sistema capitalista.

Segundo Larrazábal, esta medida não fará nada mais que aguçar "os problemas de abastecimento" e "produtividade" que o empresário atribui a uma política governamental "continuada de ir debilitando a empresa privada".

"A solução do país é que você tenha um trabalho digno, bem remunerado, que possa voltar ao mercado da sua esquina, escolher entre várias opções de produtos e que o dinheiro renda", afirmou.

"Até agora, não existe nenhum exemplo no mundo que o modelo socialista nos termos que a Venezuela tem planejado gere progresso e conforto. O que temos aqui não é o modelo socialista que podemos ter visto no Chile ou em países europeus como a França, onde não se ataca e se destrói a empresa privada", disse.

Larrazábal apontou como causa da falta de alimentos básicos, medicamentos e outros produtos nos comércios venezuelanos o monopólio na venda de moedas imposto pelo Governo, que não oferta dólares o suficiente e "não permite que as empresas tenham matéria-prima".