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Uruguai garante que não importa leite para depois revendê-lo ao Brasil

11/10/2017 16h57

Montevidéu, 11 out (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, negou nesta quarta-feira que seu país importe leite para depois revendê-lo ao Brasil, alegando que esse argumento, usado pelo governo de Michel Temer para suspender as compras de produto do vizinho, é muito frágil.

Em entrevista à "Rádio Carve", Novoa disse que está discutindo a suspensão das importações com o Brasil e que o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, não tinha conhecimento da medida tomada ontem pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Ontem, o ministro de Agricultura, Blairo Maggi, anunciou a suspensão temporária das licenças de importação de leite do Uruguai até que seja determinada a verdadeira origem do produto, que entra no Brasil livre de tarifas por causa do Mercosul.

A medida foi anunciada por Blaggi após uma reunião no Congresso com membros da bancada ruralista. Eles alegam que parte do leite exportado pelo Uruguai procede de outros países.

"Entrei em contato com o chanceler brasileiro, estamos conversando permanentemente. Ele agora acaba de me mandar uma mensagem encorajadora, no sentido de que vamos continuar mantendo nossas boas relações, que isso não pode afetar as relações entre os dois países", indicou Novoa.

O chanceler uruguaio reiterou que o Uruguai não importa o leite que é vendido ao Brasil. Segundo Novoa, o que o país faz comprar produtos como iogurtes e queijos de outras regiões.

"O Uruguai vende US$ 500 milhões de lácteos ao Brasil e importa de alguns outros países produtos terminados por US$ 15 milhões. Portanto, é impossível fazer essa triangulação", defendeu.

Além disso, o ministro alegou que o argumento de que o Uruguai importa leite de outros países, como a Argentina, é muito frágil.

Por outro lado, Novoa mostrou preocupação com a medida e disse que ela foi um sinal ruim dado pelo Ministério da Agricultura do Brasil em um momento que o Mercosul negocia a abertura de novos mercados, como o acordo de livre comércio com a União Europeia.

"Mas tampouco se trata, como já ouvi, de que essa é uma prova de que temos que deixar o Mercosul", concluiu o chanceler.