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TPP11 deve ser assinado no Chile na primeira semana de março, diz chanceler

23/01/2018 13h35

Santiago do Chile, 23 jan (EFE).- O TPP11, como é conhecido o Acordo de Associação Transpacífico após a saída dos Estados Unidos, deve ser assinado no Chile na primeira semana de março, anunciou nesta terça-feira o chanceler chileno, Arauto Muñoz.

"Este acordo é um fato internacional, mundial, e temos a plena confiança de que será assinado no Chile no começo de março", assegurou o ministro de Relações Exteriores.

"A exitosa negociação do TPP11, do acordo compreensivo e progressivo transpacífico que reúne os 11 países originais do TPP sem os Estados Unidos, foi uma negociação intensa que terminou ontem à noite em Tóquio", precisou.

"Eu estive até a última hora (de segunda-feira, hora chilena) em contato com o ministro de Comércio do Canadá (François-Philippe Champagne), que pediu apoio a uma fórmula que o Chile estava apoiando, e deu instruções para que chegássemos a um acordo que permitisse ao Canadá resguardar suas sensibilidades culturais", detalhou Muñoz.

A assinatura do TPP11 acontecerá antes da posse do presidente eleito do Chile, o conservador Sebastián Piñera, que hoje precisamente informa seu futuro Governo.

"Isto é algo que será assinado pelo administração da presidente Michelle Bachelet, que negociou a parte final do TPP original e que negociou inteiramente este TPP11. Estamos muito satisfeitos", manifestou o chefe da diplomacia chilena.

Muñoz considerou que a assinatura de um Acordo de Associação Transpacífico, apesar da saída dos EUA após a chegada de Donald Trump à Casa Branca, "é um grande sucesso para o política exterior do Chile".

"Porque a ideia de seguir adiante com o TPP sem os Estados Unidos e com algumas remodelações surgiu na reunião realizada em Vinã del Mar em março do ano passado, quando reunimo todos os chanceleres e ministros de Comércio que assinaram originalmente o TPP".

"Esta é uma grande notícia para a criação de emprego e prosperidade na região Ásia-Pacífico (...), parabenizamos todos os países que chegaram a esta solução, que não foi fácil, mas que finalmente foi exitosa", enfatizou o chanceler chileno.

A respeito da data concreta da assinatura, Muñoz disse que "provavelmente será nos primeiros dias de março".

"Depende de compromissos de alguns ministros. Eu acredito que vai ser no fim da primeira semana de março, antes da mudança de Governo", acrescentou.

A notícia da assinatura do TPP11 acontece justamente um dia depois do término no Chile da II Reunião de Ministros de Relações Exteriores da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (CELAC) e a China.

O gigante asiático, que não faz parte do Acordo de Associação Transpacífico, era beneficiado indiretamente da não assinatura do TPP, já isso lhe permitia aumentar sua influência econômica e comercial entre os países da região Ásia-Pacífico.

Após a negativa da administração Trump a ratificar o TPP original, os 11 países restantes planejaram, em uma reunião reunidas há menos de um ano no balneário chileno de Viña el Mar, a possibilidade seguir adiante com o acordo.

Os 11 países estiveram a ponto de alcançar um acordo na cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) realizada no Vietnã em novembro passado, mas as reticências a última hora do Canadá impediram a assinatura do documento final, que por fim será assinado no Chile.

O país norte-americano está envolvido em duras negociações do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que compartilha com os Estados Unidos e o México, e exigiu aos participantes do TPP maiores restrições aos filmes estrangeiros para proteger a sua cultura francófona.

Além da demanda de Ottawa, o Vietnã, Brunei e a Malásia apareceram com novas reticências que obstaculizavam a assinatura do TPP11 e foram abordadas com sucesso na reunião celebrada ontem em Tóquio.

O TPP original, um ambicioso tratado de livre-comércio, pretendia abranger 40% do PIB global e foi assinado originalmente em fevereiro de 2016 pela Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Estados Unidos.

O acordo, que foi negociado durante mais de seis anos, devia ser ratificado em um prazo de dois anos por, pelo menos, seis países-membros cujo PIB combinado representasse 85% do total, por isso que após a saída dos EUA - que por si só aglutina 60% do PIB dos 12 Estados em questão -, este ficou invalidado em seu formato atual.