Países latino-americanos ainda não estão prontos para transição energética
São Paulo (Brasil), 14 mar (EFE).- A maioria dos países da América Latina ainda não está bem preparada para enfrentar a transição energética, segundo revelou um relatório publicado nesta quarta-feira pelo Fórum Econômico Mundial, no qual são analisados 114 países, entre eles vários latino-americanos.
A análise "Promover uma transição energética efetiva" foi publicada durante o Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina, que será realizado até quinta-feira em São Paulo.
De acordo com esta avaliação, que classifica os países em função do estado atual de seus sistemas energéticos e o nível de preparação estrutural para se adaptar às futuras necessidades de energia, a América Latina deve melhorar em várias áreas, como inovação, desenvolvimento de capital humano, segurança dos investimentos e eficácia do marco institucional.
O relatório examina o desempenho dos sistemas energéticos atuais dos países sob três dimensões: acesso e segurança energética; sustentabilidade ambiental do sistema; e potencial de crescimento e desenvolvimento econômico inclusivo.
Além disso, analisa em que medida existem condições que facilitem uma transição para um sistema de baixas emissões de CO2.
Os países escandinavos e da Europa Ocidental lideram o Índice de Transição Energética, com Suécia, Noruega e Suíça à frente, enquanto Reino Unido (7) e França (9) são as únicas economias do Grupo dos Sete países mais desenvolvidos (G7) que ficam dentro dos dez primeiros postos.
Na região latino-americana, os que mostram os melhores desempenhos são Uruguai, que ocupa o posto 13, Costa Rica (20), Chile (24) e México (28).
De maneira geral, a região obtém uma pontuação similar à média global quanto à contribuição do sistema energético ao crescimento econômico, à segurança e ao acesso, e acima da média quando trata-se de sustentabilidade ambiental.
No entanto, vários países ficam atrás porque não estão preparados adequadamente para a transição, segundo o relatório.
E portanto o Peru se localiza no posto 34, o Paraguai no 37, o Panamá no 39, o Equador no 48 e a Argentina no 56.
De maneira particular, o relatório menciona Colômbia (32) e Brasil (38) por se tratar de dois países que "contam com sistemas energéticos com bom desempenho devido aos seus abundantes recursos naturais", mas que ao mesmo tempo "têm níveis de preparação baixa" para a transição.
Isso devido a "deficiências em matéria de capital humano e decisões de suas instituições e marcos reguladores".
A nível global, o relatório estabelece que o avanço para a sustentabilidade ambiental parou e considera que a tendência praticamente estável na intensidade das emissões de carbono o demonstra.
Segundo os dados do Fórum Económico Mundial, nos últimos cinco anos foi registrada uma melhoria marginal de apenas 1,8% anual, em comparação com os 3% requeridos para cumprir com o Acordo de Paris em matéria de objetivos climáticos.
Além disso, foi constatado um aumento do preço real da eletricidade para os lares desde 2013 em mais da metade dos países analisados, apesar da baixa geral do preço do combustível.
Os últimos países latino-americanos que figuram na classificação são Guatemala, no posto 62, e El Salvador, no 69, enquanto a Venezuela fica a quatro postos de fechar a lista, na posição 111, somente à frente do Quirguistão, África do Sul e Zimbabué.
Além das perspectivas positivas para o clima, a melhoria dos sistemas energéticos contribuiria para remediar a situação de 1 bilhão de pessoas no mundo que atualmente carecem de eletricidade, segundo o Fórum Económico Mundial.
O diretor de Indústrias Energéticas do Fórum, Roberto Bocca, sustentou que o relatório permite ter uma visão do funcionamento atual dos sistemas energéticos nacionais, bem como uma perspetiva "muito necessária do que é necessário para obter sucesso" no futuro. EFE
is/ff
(foto)
A análise "Promover uma transição energética efetiva" foi publicada durante o Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina, que será realizado até quinta-feira em São Paulo.
De acordo com esta avaliação, que classifica os países em função do estado atual de seus sistemas energéticos e o nível de preparação estrutural para se adaptar às futuras necessidades de energia, a América Latina deve melhorar em várias áreas, como inovação, desenvolvimento de capital humano, segurança dos investimentos e eficácia do marco institucional.
O relatório examina o desempenho dos sistemas energéticos atuais dos países sob três dimensões: acesso e segurança energética; sustentabilidade ambiental do sistema; e potencial de crescimento e desenvolvimento econômico inclusivo.
Além disso, analisa em que medida existem condições que facilitem uma transição para um sistema de baixas emissões de CO2.
Os países escandinavos e da Europa Ocidental lideram o Índice de Transição Energética, com Suécia, Noruega e Suíça à frente, enquanto Reino Unido (7) e França (9) são as únicas economias do Grupo dos Sete países mais desenvolvidos (G7) que ficam dentro dos dez primeiros postos.
Na região latino-americana, os que mostram os melhores desempenhos são Uruguai, que ocupa o posto 13, Costa Rica (20), Chile (24) e México (28).
De maneira geral, a região obtém uma pontuação similar à média global quanto à contribuição do sistema energético ao crescimento econômico, à segurança e ao acesso, e acima da média quando trata-se de sustentabilidade ambiental.
No entanto, vários países ficam atrás porque não estão preparados adequadamente para a transição, segundo o relatório.
E portanto o Peru se localiza no posto 34, o Paraguai no 37, o Panamá no 39, o Equador no 48 e a Argentina no 56.
De maneira particular, o relatório menciona Colômbia (32) e Brasil (38) por se tratar de dois países que "contam com sistemas energéticos com bom desempenho devido aos seus abundantes recursos naturais", mas que ao mesmo tempo "têm níveis de preparação baixa" para a transição.
Isso devido a "deficiências em matéria de capital humano e decisões de suas instituições e marcos reguladores".
A nível global, o relatório estabelece que o avanço para a sustentabilidade ambiental parou e considera que a tendência praticamente estável na intensidade das emissões de carbono o demonstra.
Segundo os dados do Fórum Económico Mundial, nos últimos cinco anos foi registrada uma melhoria marginal de apenas 1,8% anual, em comparação com os 3% requeridos para cumprir com o Acordo de Paris em matéria de objetivos climáticos.
Além disso, foi constatado um aumento do preço real da eletricidade para os lares desde 2013 em mais da metade dos países analisados, apesar da baixa geral do preço do combustível.
Os últimos países latino-americanos que figuram na classificação são Guatemala, no posto 62, e El Salvador, no 69, enquanto a Venezuela fica a quatro postos de fechar a lista, na posição 111, somente à frente do Quirguistão, África do Sul e Zimbabué.
Além das perspectivas positivas para o clima, a melhoria dos sistemas energéticos contribuiria para remediar a situação de 1 bilhão de pessoas no mundo que atualmente carecem de eletricidade, segundo o Fórum Económico Mundial.
O diretor de Indústrias Energéticas do Fórum, Roberto Bocca, sustentou que o relatório permite ter uma visão do funcionamento atual dos sistemas energéticos nacionais, bem como uma perspetiva "muito necessária do que é necessário para obter sucesso" no futuro. EFE
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