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Demanda mundial de petróleo ultrapassará 100 mbd em 2019, segundo a Opep

11/07/2018 17h51

Wanda Rudich

Viena, 11 jul (EFE).- A Opep previu nesta quarta-feira que a demanda mundial de petróleo ultrapassará os 100 milhões de barris diários (mbd) no próximo ano, aumentando em 1,47% em relação ao consumo de 2018, e informou que seus 15 membros poderão garantir "fornecimento suficiente para apoiar a estabilidade do mercado".

Em sua primeira estimativa para 2019, divulgada em seu relatório mensal de julho, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) calculou em 100,3 mbd a demanda petrolífera do planeta, superando a expectativa média de 98,85 mbd prevista para 2018.

A organização comentou sobre fatores de incerteza que podem modificar o panorama, como as atuais tensões comerciais protagonizadas por Estados Unidos, China e União Europeia.

"O ressurgimento das barreiras comerciais teve um impacto pequeno na economia global", e a previsão para 2019 parte do princípio de que "não haverá um aumento significativo em tarifas comerciais e de que as disputas atuais serão resolvidas em breve".

Porém, os analistas da Opep ressaltaram que, se houver uma escalada nos conflitos comerciais, isso pode "afetar negativamente os investimentos, os fluxos de capital e os gastos dos consumidores, com um posterior efeito negativo" sobre a demanda.

Seguindo a visão otimista, a Opep prevê que o aumento anual do consumo de petróleo será em 2019 de 1,45 mbd, mais moderado que o de 1,65 mbd calculado para este ano. Estes números estão baseados em expectativas de crescimento da economia mundial de 3,8% em 2018 e de 3,6% em 2019.

Para satisfazer a maior demanda, o mundo contará, segundo a Opep, com 2 mbd adicionais neste ano e outros 2,1 mbd no próximo, provenientes todos de fora da Opep, principalmente de Estados Unidos, Brasil, Canadá, Cazaquistão e Austrália.

"Estas previsões sugerem que a demanda para petróleo de países da Opep será de 32,2 mbd em 2019", abaixo dos 32,9 mbd de 2018, explica o relatório, especificando que tais cálculos incluem a produção do Congo, país que se integrou à organização como 15º membro em 22 de junho.

Portanto, se a economia mundial tiver um comportamento melhor do que o esperado e levar a um maior crescimento da demanda de petróleo, a Opep continuará tendo fornecimento suficiente para apoiar a estabilidade do mercado", afirma o documento.

A queda da produção em Venezuela, Líbia e Angola, e a especulação de uma redução das exportações petrolíferas do Irã como consequência das novas sanções dos EUA ao país ajudaram a puxar para cima os preços do petróleo.

Além disso, a Opep, a Rússia e outros oito produtores aliados também colaboraram para o encarecimento da matéria-prima com um forte corte nas extrações que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2017.

Em sua última reunião, realizada nos dias 22 e 23 de junho em Viena, este grupo de países pactuou um aumento da produção em um milhão de barris diários para cumprir o pacto na íntegra.