FMI vê Irlanda, Holanda e Bélgica como mais prejudicados por "Brexit duro"
Alfonso Fernández.
Washington, 19 jul (EFE).- A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) não teria grandes efeitos sobre a economia do bloco, e no pior dos cenários diminuiria em 1,5% seu PIB na próxima década, com Irlanda, Bélgica e Holanda como os países mais afetados, apontou nesta quinta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os cálculos do FMI apontam que o "Brexit" para os demais países comunitários no caso de uma "saída dura", ou seja, uma ruptura total sem acordo de livre-comércio com a UE, poderia representar uma redução do 1,5% do PIB do bloco em um período de cinco a 10 anos.
Caso seja mantido um acordo de livre-comércio entre Londres e Bruxelas, a queda seria um pouco inferior, de 0,7%.
O FMI indicou que os efeitos nos diferentes países seriam díspares em função dos seus vínculos com o Reino Unido, e citou Irlanda, Holanda e Bélgica como os mais afetados.
A Irlanda veria seu PIB cair em 4%, enquanto Holanda e Bélgica teriam uma redução de 1%, no cenário considerado mais "pessimista"; no caso de uma saída com pacto comercial, a queda seria de 2,5% para a Irlanda, 0,7% para a Holanda e 0,5% para a Bélgica.
"A força da integração entre a zona do euro e o Reino Unido faz com que não haja vencedores no 'Brexit'", afirmou o FMI em um relatório sobre as consequências do processo da saída de Londres do bloco.
Em conferência por telefone, o subdiretor do FMI para a Europa, Mahmood Pradhan, ressaltou a prolongada incerteza sobre os termos do "Brexit", previsto para março de 2019 e cuja indecisão provocou saídas dentro do próprio governo da primeira-ministra britânica, Theresa May.
"Estamos muito preocupados. É bastante tarde no processo e ainda não vemos nada de clareza na futura relação e estamos nos aproximando de importantes datas limite", disse Pradhan.
No início desta semana, o FMI rebaixou as previsões de crescimento do Reino Unido para este ano a 1,4%, dois décimos abaixo do calculado há três meses, abaixo dos 2,2% previstos para a zona do euro.
Apesar das piores previsões do FMI, que espera uma recessão no Reino Unido caso a saída do bloco se dê de forma abrupta, o Banco da Inglaterra reconheceu que a renda das famílias diminuiu devido ao aumento da inflação no país.
O país também caiu para o último lugar em ritmo de crescimento entre os membros do G7, que reúne as principais economias mundiais.
Sobre a zona do euro em geral, o relatório adverte que o crescimento chegou ao máximo e deve se desacelerar nos próximos anos, com uma expansão prevista para 2019 de 1,9%.
"A médio prazo, as mudanças demográficas, o fraco crescimento da produtividade, o contínuo legado da crise continuam sendo um freio", afirmou o relatório.
Estes desafios, unidos às "tensões comerciais" e às "incertezas relacionadas ao 'Brexit'", farão com que o crescimento do PIB da zona do euro acabe se estabilizando a médio prazo em torno de 1,5%.
Além disso, o FMI lembrou que esta expansão vem em grande medida sustentada pelo enorme estímulo monetário oferecido pelo Banco Central Europeu (BCE), com taxas de juros em torno de 0% e um multimilionário programa de compra de dúvida, com o qual o início da retirada deste apoio afundaria a zona do euro em uma forte desaceleração econômica.
Washington, 19 jul (EFE).- A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) não teria grandes efeitos sobre a economia do bloco, e no pior dos cenários diminuiria em 1,5% seu PIB na próxima década, com Irlanda, Bélgica e Holanda como os países mais afetados, apontou nesta quinta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os cálculos do FMI apontam que o "Brexit" para os demais países comunitários no caso de uma "saída dura", ou seja, uma ruptura total sem acordo de livre-comércio com a UE, poderia representar uma redução do 1,5% do PIB do bloco em um período de cinco a 10 anos.
Caso seja mantido um acordo de livre-comércio entre Londres e Bruxelas, a queda seria um pouco inferior, de 0,7%.
O FMI indicou que os efeitos nos diferentes países seriam díspares em função dos seus vínculos com o Reino Unido, e citou Irlanda, Holanda e Bélgica como os mais afetados.
A Irlanda veria seu PIB cair em 4%, enquanto Holanda e Bélgica teriam uma redução de 1%, no cenário considerado mais "pessimista"; no caso de uma saída com pacto comercial, a queda seria de 2,5% para a Irlanda, 0,7% para a Holanda e 0,5% para a Bélgica.
"A força da integração entre a zona do euro e o Reino Unido faz com que não haja vencedores no 'Brexit'", afirmou o FMI em um relatório sobre as consequências do processo da saída de Londres do bloco.
Em conferência por telefone, o subdiretor do FMI para a Europa, Mahmood Pradhan, ressaltou a prolongada incerteza sobre os termos do "Brexit", previsto para março de 2019 e cuja indecisão provocou saídas dentro do próprio governo da primeira-ministra britânica, Theresa May.
"Estamos muito preocupados. É bastante tarde no processo e ainda não vemos nada de clareza na futura relação e estamos nos aproximando de importantes datas limite", disse Pradhan.
No início desta semana, o FMI rebaixou as previsões de crescimento do Reino Unido para este ano a 1,4%, dois décimos abaixo do calculado há três meses, abaixo dos 2,2% previstos para a zona do euro.
Apesar das piores previsões do FMI, que espera uma recessão no Reino Unido caso a saída do bloco se dê de forma abrupta, o Banco da Inglaterra reconheceu que a renda das famílias diminuiu devido ao aumento da inflação no país.
O país também caiu para o último lugar em ritmo de crescimento entre os membros do G7, que reúne as principais economias mundiais.
Sobre a zona do euro em geral, o relatório adverte que o crescimento chegou ao máximo e deve se desacelerar nos próximos anos, com uma expansão prevista para 2019 de 1,9%.
"A médio prazo, as mudanças demográficas, o fraco crescimento da produtividade, o contínuo legado da crise continuam sendo um freio", afirmou o relatório.
Estes desafios, unidos às "tensões comerciais" e às "incertezas relacionadas ao 'Brexit'", farão com que o crescimento do PIB da zona do euro acabe se estabilizando a médio prazo em torno de 1,5%.
Além disso, o FMI lembrou que esta expansão vem em grande medida sustentada pelo enorme estímulo monetário oferecido pelo Banco Central Europeu (BCE), com taxas de juros em torno de 0% e um multimilionário programa de compra de dúvida, com o qual o início da retirada deste apoio afundaria a zona do euro em uma forte desaceleração econômica.
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