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Partidos de esquerda fazem protesto contra enviados do FMI à Argentina

17/08/2018 20h53

Buenos Aires, 17 ago (EFE).- Representantes de partidos da esquerda na Argentina realizaram nesta sexta-feira um protesto em frente ao Banco Central, onde os diretores da instituição se reuniram com enviados do Fundo Monetário Internacional (FMI) para avaliar as medidas do acordo firmado com o governo de Mauricio Macri em junho em troca de um empréstimo de US$ 50 bilhões.

Cerca de 200 pessoas participaram da manifestação, entre eles o líder nacional do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), Christian Castillo, que disse à Agência Efe que o FMI pretende modificar o orçamento do país para 2019 e promover cortes nos investimentos em saúde, educação, obras públicas e moradia.

Macri recorreu ao FMI para tentar combater a forte desvalorização do peso argentino em relação ao dólar e alta da inflação no país. No entanto, as medidas tomadas pelo governo ainda não tiveram êxito.

Segundo dados oficiais, a inflação chegou 31,2% em julho. Além disso, a moeda americana fechou o dia cotada a 30,30 pesos hoje.

Fontes do governo ouvidas pela Agência Efe confirmaram que os representantes do FMI estão em Buenos Aires para estudar as medidas implementadas desde o acordo. O objetivo é verificar a situação antes de desembolsar uma nova parcela do empréstimo ao país.

Para Castillo, o governo está tomando medidas muito duras para reduzir o déficit primário para 1,3%. Para economizar, diz o líder opositor, haverá congelamento dos salários dos servidores públicos.

"É uma perda do poder de compra do salário muito grande e também há demissões. Todos os dias temos novidades sobre o fechamento de empresas no setor privado e demissões no setor público. É assim que o governo está respondendo à situação e é isso que o FMI quer", afirmou o representante do PTS.

O deputado Gabriel Solano, do Partido Operário, disse que, com o envio da missão, o FMI mostra que quer determinar a condução da economia argentina. Para ele, que criticou a Confederação Geral do Trabalho (CGT) por não convocar uma greve contra o acordo, é preciso promover o calote da dívida para solucionar a questão.