Xi Jinping adverte que guerra comercial não terá vencedores
O presidente da China, Xi Jinping, afirmou neste sábado (17) que o mundo precisa de regras comuns de governança global que não responda a "agendas egoístas", e advertiu que uma guerra comercial não terá vencedores.
"A história demonstrou que nas confrontações, sejam em forma de guerra fria, quente ou comercial, nunca há vencedores", declarou o governante chinês em discurso na cúpula do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec), realizada em Papua Nova Guiné.
Xi defendeu que os desacordos devem ser resolvidos por meio do diálogo e da consulta, ao invés de tentar formar "blocos exclusivos" ou "impor critérios a outros países".
Embora não tenha mencionado diretamente os Estados Unidos, Xi se referiu à disputa tarifária entre os dois países nos últimos meses por conta da aposta no protecionismo do presidente americano, Donald Trump, o grande ausente da cúpula Apec deste ano.
O presidente chinês afirmou ainda que o sistema econômico global necessita de uma reforma "para ser mais eficiente nos novos tempos", sobre a base da qualidade, da transparência e da inclusão.
"Os países em desenvolvimento deveriam ter mais voz nesse sistema para estarem melhor representados nesse processo", opinou Xi, que, em sua chegada na sexta-feira (16) a Port Moresby (capital da Papua Nova Guiné), prometeu ajuda econômica a todos os países menos desenvolvidos do Pacífico.
Xi também comentou que cada país é diferente e que, para conseguir um crescimento "inclusivo e sustentável", as nações em desenvolvimento não devem copiar o modelo de crescimento de outros nem aceitar que outros imponham o seu critério.
O governante chinês também defendeu o multilateralismo para dirimir as disputas comerciais e a relevância para isso de organismos como a Organização Mundial do Comércio e do fórum Apec, integrado por 21 nações da Ásia e do Pacífico.
O Apec, fundado em 1989, representa 60% do PIB mundial, mais da metade do comércio global, aglutina um mercado de 2,85 bilhões de consumidores - 40% da população mundial - e busca criar uma área de livre-comércio entre seus membros até 2020.
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