Procuradoria em Washington processa Facebook por caso Cambridge Analytica
Washington, 19 dez (EFE).- A Procuradoria Geral do Distrito de Columbia, em Washington, processou nesta quarta-feira o Facebook por ter permitido que a empresa de consultoria política britânica Cambridge Analytica tivesse acesso a informações de usuários da rede social, informou o jornal "The Washington Post".
Segundo a publicação, esta é a primeira grande medida judicial nos Estados Unidos contra o Facebook pela relação com a Cambridge Analytica, que usou dados de 87 milhões de usuários para influenciar em decisões eleitorais, como na campanha de Donald Trump à presidência do país, em 2016.
O "Post", que cita uma fonte com conhecimento do caso, diz que é provável que a denúncia seja modificada para incluir novas alegações recentes em relação às políticas de privacidade do Facebook.
Além disso, procuradores de diferentes estados dos EUA também estão investigando a rede social.
A ação foi revelada depois de o "The New York Times" publicar que o Facebook compartilhou mais dados pessoais de seus usuários com outras grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Amazon e Netflix, do que se sabia até então.
De acordo com o "Times", essas informações foram compartilhadas sem o consentimento dos usuários, ampliando assim o modelo de negócio da empresa através da publicidade.
O Facebook autorizou, por exemplo, o Bing, o motor de busca da Microsoft, a ver todas as amizades dos usuários da rede social. Netflix e Spotify puderam conversas privadas feitas pelo Messenger.
Já para a Amazon, o Facebook deu acesso aos nomes dos usuários e suas informações de contato. O Yahoo, também envolvido na polêmica, conseguiu acesso às publicações dos amigos dos usuários.
Algumas dessas práticas ocorreram pelo menos até o verão no Hemisfério Norte, quando o Facebook foi abalado por múltiplos escândalos de privacidade e disse que não permitia tal prática.
No total, cerca de 150 empresas, a maior parte delas do setor de tecnologia, se beneficiaram desses acordos para ter acesso aos dados do Facebook, que tem 2,2 bilhões de usuários. EFE
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