IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Cazaquistão reformula política externa para fortalecer economia

11/01/2019 17h48

Kulpash Konyrova.

Astana, 11 jan (EFE).- O Cazaquistão começa o ano de 2019 com o objetivo de fortalecer sua economia com um novo ministro das Relações Exteriores, que terá duas metas a curto prazo: atrair mais capital estrangeiro e promover as exportações.

"Nosso Ministério tem agora um claro perfil econômico focado no investimento e na exportação", disse à Agência Efe o vice-ministro da pasta Roman Vasilenko.

"Serão desenvolvidos indicadores específicos em todas as delegações diplomáticas do Cazaquistão para estimular a atividade comercial e econômica", afirmou Vasilenko.

Com esse objetivo em mente, o presidente Nursultan Nazarbayev nomeou em dezembro Beibut Atamkulov como ministro das Relações Exteriores para realizar a tarefa.

Atamkulov, de 54 anos, até agora ocupava a pasta de Defesa e Indústria Aeroespacial.

O novo ministro é engenheiro metalúrgico e economista de formação e conta com uma longa carreira em comércio exterior como diretor-geral adjunto da companhia Sauda (que significa 'comércio' em cazaque), dedicada à distribuição de produtos entre a Ásia e a Europa e com implantação na Rússia.

"O governo quer que todos os departamentos de estado, agências nacionais e empresas trabalhem para resolver o problema do investimento", disse à Efe Igor Ivakhnenko, analista russo especializado na região do Cáspio.

"Certamente, no futuro o ministro das Relações Exteriores terá um papel mais ativo na procura por investimento estrangeiro", disse Ivakhnenko.

"Ao mesmo tempo, terá que interagir com outras estruturas cazaques vinculadas à cooperação internacional, inclusive em nível corporativo", acrescentou.

O Cazaquistão continua sendo um dos grandes produtores mundiais e com as maiores reservas de petróleo, gás e metais não ferrosos, principalmente urânio.

A exportação quase exclusivamente destes produtos fez com que sua economia se tornasse muito sensível às mudanças de preço das matérias-primas nos mercados internacionais.

O país soube identificar o problema e quer se tornar uma economia autossuficiente, dando vez não só ao seu 'ouro negro', mas também a outros bens de maior valor agregado que possam concorrer fora.

Nos últimos anos, o governo de Nazarbayev tomou uma série de medidas para favorecer esse clima de investimento e que se traduziram em uma grande melhoria da posição do Cazaquistão no ranking 'Doing Business' do Banco Mundial, onde o país ganhou 25 pontos em cinco anos.

Além disso, o novo ministro conta obviamente com o poder de supervisionar a atividade da Kazakh Invest, a companhia nacional que trabalha para atrair capital estrangeiro.

A atual estratégia, que se estende até 2022, inclui uma lista de até 11 países dos quais quer atrair investimento: China, França, Alemanha, Itália, Japão, Coreia do Sul, Rússia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.

Uma segunda lista inclui outros países da Europa (Áustria, Holanda, Polônia e Espanha) e do Oriente Médio (Irã, Kuwait, Catar e Arábia Saudita). EFE