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Libra mantém tendência de alta por expectativa de adiamento do Brexit

16/01/2019 13h01

Londres, 16 jan (EFE).- A libra esterlina mantém nesta quarta-feira uma tendência de alta devido à expectativa dos investidores de um adiamento na data de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) após a rejeição no parlamento do acordo proposto pelo governo.

A divisa britânica subia às 13h50 GMT (11h50 em Brasília) 0,12% frente ao euro, para 1,1284 euro, uma tendência de alta que começou pouco depois que a Câmara dos Comuns rejeitou o acordo governamental por 432 votos contra e 202 a favor.

Em relação ao dólar, a libra se mantinha relativamente estável, com pequenas oscilações, e caía 0,06%, para US$ 1,285, no mesmo horário.

A Bolsa de Londres, por sua vez, caía 0,57%, para 6.856,01 pontos, pois o fortalecimento da libra prejudica as multinacionais que faturam em dólares.

O governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, afirmou hoje que o mercado - que teme uma saída sem acordo - acredita agora que a saída da UE, prevista para 29 de março, será adiada após a derrota de ontem, para dar tempo para a elaboração de um plano alternativo.

O setor financeiro e empresarial teme, antes de tudo, uma saída sem transição do bloco europeu e avalia que o adiamento do Brexit através da prorrogação do artigo 50 do Tratado de Lisboa permitiria negociar um tratado mais benéfico.

O próprio ministro da Economia britânico, Philip Hammond, se disse favorável à possibilidade de prorrogar o artigo, cuja ativação em 29 de março de 2017 deu início aos dois anos de negociações com Bruxelas, em uma videoconferência ontem à noite com representantes do setor empresarial, segundo alguns dos participantes.

A primeira-ministra, a conservadora Theresa May, que até agora tinha se negado taxativamente a adiar o Brexit, pareceu também admitir essa opção pela primeira vez ao lembrar hoje aos deputados que, para que a UE o aceite, o parlamento precisa chegar a um consenso sobre um plano.

De acordo com alguns analistas, a libra poderia manter sua valorização se o artigo 50 for finalmente prorrogado, sempre que esta extensão seja por pouco tempo e sirva para fazer pequenos ajustes no acordo proposto por May.

A líder conservadora enfrenta hoje uma moção de censura apresentada pela oposição na Câmara dos Comuns, mas espera-se que ela supere a mesma ao contar com uma maioria. EFE