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Facebook bloqueia 500 contas russas por "comportamento não autêntico" na rede

17/01/2019 16h52

San Francisco, 17 jan (EFE).- O Facebook informou nesta quinta-feira que desativou cerca de 500 contas, páginas e grupos criados na Rússia, usados para tentar influenciar de forma "não autêntica" países no Leste Europeu, na Ásia Central e no Cáucaso.

Em um post no blog da empresa, o chefe de Políticas de Cibersegurança do Facebook, Nathaniel Gleicher, explicou que as contas faziam parte de duas operações diferentes e sem vínculos entre elas. No entanto, elas usavam táticas similares consistentes em criar redes de contas para confundir outras pessoas.

Uma das campanhas, que postava conteúdos específicos sobre a Ucrânia, era composta por 107 contas, páginas e grupos no Facebook. Havia também 41 contas de Instagram, todas com origem na Rússia.

As contas figiam ser ucranianas e compartilhavam notícias sobre o país, relativas a questões como o clima, protestos nas ruas, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entre outros.

Apesar da aparência inócua de alguns desses conteúdos, o Facebook não permite fingir a identidade na rede social.

Além disso, a empresa considerou que os responsáveis pelas contas poderiam usar a confiança dos usuários para, posteriormente, divulgar mais postagens políticas.

O bloqueio ocorreu depois de o Facebook ser alertado pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos, que detectaram na ação na Ucrânia técnicas semelhantes às usadas para tentar influenciar as eleições legislativas americanas em novembro do ano passado.

A segunda operação desarticulada não focava em um único país, mas tinha como alvos Romênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Armênia, Azerbaijão, Geórgia, Tadjiquistão, Uzbequistão, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão e a própria Rússia.

As 364 páginas e contas desativadas pelo Facebook fingiam também ser canais de notícias ou de veiculação de informações de interesse geral, compartilhando conteúdos sobre clima, viagens, esportes, economia e até política.

O Facebook afirmou que encontrou vínculos de todas essas páginas e contas com funcionários da agência estatal russa "Sputnik". A partir delas eram feitas postagens contrárias à Otan ou relativos a protestos sociais e denúncias contra a corrupção.

As medidas de hoje são mais um capítulo de uma longa lista de esforços por parte do Facebook para desativar campanhas "não autênticas" com origem na Rússia e outros países, como o Irã, que visavam influenciar ou desestabilizar outras partes do mundo. EFE