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Governo da França quer fusão entre Renault e Nissan, diz jornal

20/01/2019 02h32

Tóquio, 20 jan (EFE).- O governo da França expressou ao Japão que deseja uma fusão entre Renault e Nissan, informou neste domingo o jornal japonês "Nikkei", especializado em notícias econômicas.

Citando fontes francesas, o "Nikkei" afirma que a intenção da França foi relatada a funcionários do alto escalão do governo do Japão por Martin Vital, conselheiro da Renault designado pelo Palácio do Eliseu.

Segundo o jornal, a França quer que as duas empresas se tornem uma só, ampliando a aliança já existente entre elas e a também montadora japonesa Mitsubishi Motors.

O "Nikkei" lembra que a Nissan vem resistindo a pressões para se fundir com a Renault nos últimos anos. Entre os motivos alegados pela empresa japonesa estaria a rejeição a uma maior participação do governo da França na companhia.

O governo da França é o maior acionista do grupo Renault, com 15,01% das ações da montadora. Além disso, a Renault detém maior parte dos papéis da Nissan no mercado (43,4%), com direito a voto.

A intenção do governo francês foi informada ao Japão depois da prisão do presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, também responsável por comandar a Renault.

Ghosn é acusado pela promotoria de Tóquio de esconder das autoridades fiscais do Japão bônus recebidos por ele da Nissan e de violar a confiança da empresa por utilizar recursos da companhia para cobrir perdas pessoais no mercado financeiro.

O brasileiro foi destituído da presidência da Nissan no dia 23 de novembro do ano passado, quatro dias depois de se preso.

A prisão de Ghosn abriu uma crise entre Renault e Nissan, de acordo com a imprensa japonesa. Apesar dos atritos, as empresas expressaram a intenção de manter a aliança iniciada há duas décadas.

Segundo o "Nikkei", a delegação da Renault que visitou o Japão recentemente também expressou o desejo de indicar o próximo presidente da Nissan. O processo está travado porque a montadora japonesa quer antes revisar critérios sobre sua governança. EFE