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França diz que veto à fusão entre Alstom e Siemens é "golpe baixo"

06/02/2019 13h47

Paris, 6 fev (EFE).- O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, considerou nesta quarta-feira que o veto da Comissão Europeia (CE) à fusão entre a Alstom e a Siemens é "um golpe baixo à indústria europeia" que, além disso, se baseia em "maus fundamentos".

"É uma má decisão", ressaltou Philippe na sessão de controle ao governo na Assembleia Nacional, onde se queixou que as autoridades europeias competentes não levaram em conta, segundo sua opinião, que os mercados agora são mundiais.

"É uma concepção da concorrência extremamente antiquada", afirmou.

Por isso, Philippe disse que, em relação ao futuro, é preciso modificá-la porque "é indispensável para a indústria francesa, para a indústria europeia e para a construção europeia".

Segundo o premiê francês, a política industrial que sustenta o veto de Bruxelas "não se pode fazer no contexto atual", já que "não leva em conta o mundo tal como é".

O político se mostrou confiante quanto ao futuro da Alstom, apesar da recusa à sua fusão com a companhia alemã Siemens, porque "é uma grande empresa", que dispõe de recursos para seguir adiante.

O ministro de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, anunciou, por sua vez, que o governo vai estudar "possibilidades de consolidação para a Alstom" e insistiu que a recusa à operação com a Siemens "servirá aos interesses" da China e à sua gigante ferroviária CRRC.

Após saber da decisão da CE, a Alstom explicou em comunicado que "vai se projetar a partir de agora em um futuro novo e definir seu roteiro estratégico, que inclui uma atribuição apropriada do capital".

Antes da fusão ser vetada, o diretor-executivo da empresa francesa, Henri Poupart-Lafarge, tinha afirmado em entrevista publicada hoje pelo jornal "Le Figaro" que não haveria "uma segunda oportunidade" para o projeto de união com a Siemens e que as duas companhias seguiriam rumos diferentes.

Por outro lado, a rejeição à fusão foi bem recebida pelos sindicatos da Alstom, que consideravam que o projeto só iria beneficiar os acionistas e provocaria demissões. EFE