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EUA dizem que "não esqueceão" dos países que comprarem petróleo da Venezuela

12/02/2019 18h18

Washington, 12 fev (EFE).- O assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, advertiu nesta terça-feira que os Estados Unidos "não se esquecerão" dos países e companhias que envolverem o petróleo da Venezuela em seus negócios.

"Os países e empresas que apoiam o roubo de recursos venezuelanos por (Nicolás) Maduro não serão esquecidos", escreveu Bolton em sua conta oficial no Twitter.

"Os EUA continuarão usando todos os seus poderes para preservar os ativos do povo venezuelano, e incentivamos todos os países a trabalharem juntos para fazer o mesmo", acrescentou.

O assessor americano publicou seu tweet junto com uma notícia sobre a visita à Índia do ministro de Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo, com o objetivo de aumentar as vendas de petróleo a esse país e compensar as sanções impostas pelos EUA à companhia petrolífera estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).

Quevedo, que também é presidente da PDVSA, afirmou nesta terça-feira em entrevista com a Agência Efe em Nova Délhi que seu objetivo é elevar "pelo menos ao dobro" a quantidade de petróleo venezuelano comprado pela Índia, que é "de 366 mil barris por dia".

O ministro venezuelano também denunciou que os EUA estão dedicando esforços para "bloquear os navios, para que os armadores, as agências barqueiras, não trabalhem com a Venezuela".

Bolton já ameaçou há duas semanas com represálias "os banqueiros, corretores, operadores (das bolsas de valores), intermediários e outras empresas" que "negociarem ouro, petróleo ou outras matérias-primas venezuelanas" que, segundo sua opinião, Maduro utiliza para se manter no poder.

A Casa Branca não deu detalhes sobre possíveis sanções a essas entidades, e afirmou que não está tão preocupada com a possibilidade de a Venezuela procurar mercados alternativos para contornar as sanções americanas.

"O tipo de petróleo venezuelano só pode ser refinado nos EUA, é um petróleo muito específico, é um petróleo muito grosso. Não há países, no mundo há muito poucos outros lugares onde isso possa ser feito", disse à Efe em janeiro o encarregado da América Latina no Conselho de Segurança Nacional, Mauricio Claver-Carone.

As sanções à PDVSA prometem retrair severamente o fluxo de caixa da Venezuela, que extrai da indústria petrolífera quase 96% das suas receitas, ao bloquear todos os ativos da companhia petrolífera sob jurisdição americana, com a ideia de repassá-los a um novo governo venezuelano assim que Maduro sair do poder. EFE