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Palestina irá vetar produtos israelenses em resposta ao corte de fundos

21/02/2019 11h58

Ramala, 21 fev (EFE).- Mahmoud Aloul, vice-presidente do partido nacionalista Fatah, propôs nesta quinta-feira proibir a entrada de produtos israelenses na Cisjordânia ocupada como represália à nova lei pela qual Israel pode reter parte dos fundos que arrecada em nome da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Um dos líderes do Fatah, partido do presidente Mahmoud Abbas, garantiu nesta quinta-feira à rádio Voz da Palestina que fará esta medida ser aprovada pelo Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

"Já formamos um comitê para enumerar os produtos israelenses no mercado palestino e parar de recebê-los no mercado da Cisjordânia", declarou Aloul, que acrescentou que foi criado outro grupo com membros da ANP que se reunirá com embaixadores europeus para abordar esta nova legislação israelense.

De forma concreta, o grupo pedirá ao primeiro-ministro da França, Emmanuel Macron, que pressione Israel a revogar a lei, já que este país será o anfitrião do Acordo Econômico de Paris, um protocolo que marca as relações econômicas entre israelenses e palestinos assinado em abril de 1994 e incluído nos Acordos de Oslo II de 1995.

Aloul acrescentou que serão realizadas outras ações de pressão "para que Israel reconsidere sua decisão".

A nova lei permite a Israel reter uma parte proporcional dos fundos de alfândegas e fronteiras que arrecada para a ANP, e que esta utiliza em parte para pagar por presos palestinos em prisões israelenses e ajudar suas famílias.

As autoridades israelenses consideram que o dinheiro pago pela ANP a palestinos presos por cometer ataques e às suas famílias supõem uma incitação ao terrorismo.

A Presidência palestina considera que a legislação "pirateia o dinheiro do povo palestino" e advertiu que "terá sérias repercussões em todos os níveis".

A legislação palestina obriga à ANP a cuidar dos presos em Israel, ao considerá-los prisioneiros políticos, embora muitos deles cumpram sentença por crimes de sangue. EFE