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Huawei não encontra "evidências" em acusações dos EUA contra a companhia

26/02/2019 10h44

Barcelona (Espanha), 26 fev (EFE).- O presidente rotativo da Huawei, Guo Ping, rejeitou nesta terça-feira as acusações "sem evidências" dos Estados Unidos sobre a segurança da tecnologia 5G desenvolvida por esta empresa chinesa: "Não fazem sentido", disse.

Em uma conferência no Mobile World Congress (MWC sigla em inglês), Guo Ping afirmou que a Huawei não conta com 'back doors' - "portas traseiras" desenhadas para controlar de forma maliciosa equipamentos alheios infectados.

Além disso, insistiu que leva "muito seriamente" tudo o que é relacionado com a segurança, ao mesmo tempo que defendeu que a empresa nem espiona e nem deixará que ninguém espionar através dela.

Estas declarações foram feitas depois que a diplomacia americana foi pressionada a países aliados e aos seus provedores de internet e serviços sem fio para que evitem a Huawei, a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações e a segunda de smartphones do mundo, dizendo que Pequim poderia forçá-la a espionar ou desativar as suas redes.

Guo Ping fez irônicas referências ao presidente dos EUA, Donald Trump, e questionou segurança do uso dos dados realizada nesse país, citando neste ponto o caso do informante e antigo funcionários da CIA e da NSA Edward Snowden.

Além disso, tachou de "ironia" o fato dos EUA acusar a Huawei depois do país ter aprovado no ano passado a Cloud Act, uma norma que esfuma as fronteiras de internet ao estabelecer bases sem precedentes que permitem aos EUA e a outros países chegar a acordos para acessar informaçãos de alguns usuários e armazenadas por companhias tecnológicas além de seu território.

"Prometemos que não fizemos nada mal", insistiu Guo, que reivindicou o estabelecimento de "padrões unificados" e uma "regulação clara".

Neste sentido, disse que a Huawei apoia plenamente o Esquema de Garantia de Segurança de Equipamentos de rede (Nesas, por sua sigla em inglês) impulsionado pela GSMA.

Os desencontros entre Huawei e os Estados Unidos aumentaram desde dezembro de 2018.

A Procuradoria americana abriu em janeiro deste ano uma investigação contra a Huawei por um suposto crime de roubo de segredos comerciais aos arcerios na primeira economia do mundo.

Além disso, os EUA solicitaram em dezembro ao Canadá a extradição da diretora-executiva da Huawei, Meng Wanzhou, no que foi compreendido como uma reviravolta em suas indagações em torno das atividades do conglomerado.

Além disso, nesta semana foi detido outro alto cargo da empresa na Polônia por um suposto crime de espionagem. EFE